As biografias e
histórias que envolvem assassinos de aluguel mostram que eles têm crença
religiosa. Antes do "serviço", pedem a proteção de Deus. Alguns
encomendam a alma da vítima. E frequentam sua igreja. São pessoas que têm
religiosidade. Matar, pra eles, é uma profissão como outra qualquer.
Me vieram à
lembrança esses "profissionais" ao ver postagens que proliferam nas
redes sociais, como: "Quem é cristão não vota em...", "Se
acredita em Deus, não vote em...", "Quem vota em Fulano é burro.",
"Quem vota em Sicrano é ignorante, analfabeto." E outras barbaridades
que falam de comunismo, o que mostra que não sabem o que é isso, muito menos
que um presidente não implanta esse ou qualquer regime sem Congresso e sem
Forças Armadas, guardiãs da Constituição. Publicam absurdos, desprovidos de
sentido, sem verificar a veracidade do que postam. Pior, com raiva. Se alguém questiona
é prontamente agredido. Quem posta essas
coisas também tem religiosidade... e ódio. Muitos deles vão à igreja orar.
Ao perguntar a um
odiento porque votar no candidato A, ele responde: porque o B é isso e aquilo.
Já desafiei a falar qualidades do A em vez de falar mal de B. Não conseguem.
São pistoleiros
assassinando a verdade e a ética, brigando com quem os alerta sobre os
equívocos. E muitos.... oram. Quem tem espiritualidade (que provoca a reflexão)
jamais faz isso. Lembrando que os religiosos pedófilos e muitos políticos
envolvidos em corrupção têm religiosidade.
Isso tudo acaba
levando amigos e familiares a se desentenderem. Quando a ruptura não é extrema,
volta-se ao normal. Tenho amigos de longa data. Somos opostos em assuntos
políticos. Mas nunca discutimos isso, não trocamos ofensas. Nossa amizade está
intacta.
Escrevo este artigo
na sexta antes das eleições. Ninguém sabe quem vai ganhar o pleito. São duas candidaturas com histórias de vida
diferentes e plataformas predominantemente
contrárias. Principalmente quanto à política econômica.
É legítimo um
especulador, megapecuarista votar em seu candidato. Assim como é legítimo um
trabalhador, uma doméstica votar no seu. Isso é democrático. Entristece é ver
pessoas que vieram de vida difícil, sofrendo preconceitos, melhoraram sua
situação e agora escolhem o candidato de seus patrões ou opressores. É talvez a
única forma que têm de se identificar com eles, pra se sentir "um
deles". Procuram ler as mesmas
revistas, ter o mesmo celular, contar as mesmas piadas, quem sabe até comprar
um carro bonito, já que agora está fácil.
Pessoas assim,
quando se dão bem na vida, atribuem a si
o sucesso. Principalmente no comércio. Quando se dão mal, a culpa é do governo.
Exemplos de sucesso: de 1995 a 2002 não foi criada nenhuma universidade
federal. O FMI ordenava privatização do ensino. De 2003 para cá, foram
construídas 16, mais 422 escolas técnicas. Houve contratação, por rigoroso
concurso, de milhares de professores. Pois bem. Muitos deles agora adotam o
candidato que defende a volta da
política governamental de antes de 2003. Atribuem a conquista do cargo
de professor ao seu próprio esforço. Claro, existe o mérito. Só que é professor
porque a política de governo priorizou
ensino público em vez de privado. Outro
exemplo: com a expansão da economia, houve necessidade de ampliar o quadro de
funcionários em algumas áreas governamentais e nos bancos estatais e de
economia mista. A pessoa passa no concurso e acha que só dependeu dela estar agora no
emprego sonhado. Foi o crescimento da economia que permitiu o concurso. Nossa vida
depende da política do governo nas diversas áreas. E nisso, pode-se priorizar
crescimento econômico ou crescimento humano.
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