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domingo, 26 de outubro de 2014

PISTOLEIROS NA CAMPANHA ELEITORAL

As biografias e histórias que envolvem assassinos de aluguel mostram que eles têm crença religiosa. Antes do "serviço", pedem a proteção de Deus. Alguns encomendam a alma da vítima. E frequentam sua igreja. São pessoas que têm religiosidade. Matar, pra eles, é uma profissão como outra qualquer. 

Me vieram à lembrança esses "profissionais" ao ver postagens que proliferam nas redes sociais, como: "Quem é cristão não vota em...", "Se acredita em Deus, não vote em...", "Quem vota em Fulano é burro.", "Quem vota em Sicrano é ignorante, analfabeto." E outras barbaridades que falam de comunismo, o que mostra que não sabem o que é isso, muito menos que um presidente não implanta esse ou qualquer regime sem Congresso e sem Forças Armadas, guardiãs da Constituição. Publicam absurdos, desprovidos de sentido, sem verificar a veracidade do que postam. Pior, com raiva. Se alguém questiona é prontamente agredido.  Quem posta essas coisas também tem religiosidade... e ódio. Muitos deles vão à igreja orar.

Ao perguntar a um odiento porque votar no candidato A, ele responde: porque o B é isso e aquilo. Já desafiei a falar qualidades do A em vez de falar mal de B. Não conseguem.

São pistoleiros assassinando a verdade e a ética, brigando com quem os alerta sobre os equívocos. E muitos.... oram. Quem tem espiritualidade (que provoca a reflexão) jamais faz isso. Lembrando que os religiosos pedófilos e muitos políticos envolvidos em corrupção têm religiosidade.

Isso tudo acaba levando amigos e familiares a se desentenderem. Quando a ruptura não é extrema, volta-se ao normal. Tenho amigos de longa data. Somos opostos em assuntos políticos. Mas nunca discutimos isso, não trocamos ofensas. Nossa amizade está intacta.

Escrevo este artigo na sexta antes das eleições. Ninguém sabe quem vai ganhar o pleito.  São duas candidaturas com histórias de vida diferentes e plataformas predominantemente  contrárias. Principalmente quanto à política econômica.

É legítimo um especulador, megapecuarista votar em seu candidato. Assim como é legítimo um trabalhador, uma doméstica votar no seu. Isso é democrático. Entristece é ver pessoas que vieram de vida difícil, sofrendo preconceitos, melhoraram sua situação e agora escolhem o candidato de seus patrões ou opressores. É talvez a única forma que têm de se identificar com eles, pra se sentir "um deles".  Procuram ler as mesmas revistas, ter o mesmo celular, contar as mesmas piadas, quem sabe até comprar um carro bonito, já que agora está fácil.

Pessoas assim, quando  se dão bem na vida, atribuem a si o sucesso. Principalmente no comércio. Quando se dão mal, a culpa é do governo. Exemplos de sucesso: de 1995 a 2002 não foi criada nenhuma universidade federal. O FMI ordenava privatização do ensino. De 2003 para cá, foram construídas 16, mais 422 escolas técnicas. Houve contratação, por rigoroso concurso, de milhares de professores. Pois bem. Muitos deles agora adotam o candidato que defende a volta da  política governamental de antes de 2003. Atribuem a conquista do cargo de professor ao seu próprio esforço. Claro, existe o mérito. Só que é professor porque a política de  governo priorizou ensino público em vez de privado.  Outro exemplo: com a expansão da economia, houve necessidade de ampliar o quadro de funcionários em algumas áreas governamentais e nos bancos estatais e de economia mista. A pessoa passa no concurso e  acha que só dependeu dela estar agora no emprego sonhado. Foi o crescimento da economia que permitiu o concurso. Nossa vida depende da política do governo nas diversas áreas. E nisso, pode-se priorizar crescimento econômico ou crescimento humano.

Quando escolhemos um candidato, estamos fazendo opção por uma política, uma ideologia. E a história pessoal e do partido é importantíssima. Quem foge de discutir o passado, numa suposição de que só quer falar do futuro, tem coisas a esconder.  Protegido pelos pistoleiros do Facebook. 

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