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domingo, 26 de outubro de 2014

PISTOLEIROS NA CAMPANHA ELEITORAL

As biografias e histórias que envolvem assassinos de aluguel mostram que eles têm crença religiosa. Antes do "serviço", pedem a proteção de Deus. Alguns encomendam a alma da vítima. E frequentam sua igreja. São pessoas que têm religiosidade. Matar, pra eles, é uma profissão como outra qualquer. 

Me vieram à lembrança esses "profissionais" ao ver postagens que proliferam nas redes sociais, como: "Quem é cristão não vota em...", "Se acredita em Deus, não vote em...", "Quem vota em Fulano é burro.", "Quem vota em Sicrano é ignorante, analfabeto." E outras barbaridades que falam de comunismo, o que mostra que não sabem o que é isso, muito menos que um presidente não implanta esse ou qualquer regime sem Congresso e sem Forças Armadas, guardiãs da Constituição. Publicam absurdos, desprovidos de sentido, sem verificar a veracidade do que postam. Pior, com raiva. Se alguém questiona é prontamente agredido.  Quem posta essas coisas também tem religiosidade... e ódio. Muitos deles vão à igreja orar.

Ao perguntar a um odiento porque votar no candidato A, ele responde: porque o B é isso e aquilo. Já desafiei a falar qualidades do A em vez de falar mal de B. Não conseguem.

São pistoleiros assassinando a verdade e a ética, brigando com quem os alerta sobre os equívocos. E muitos.... oram. Quem tem espiritualidade (que provoca a reflexão) jamais faz isso. Lembrando que os religiosos pedófilos e muitos políticos envolvidos em corrupção têm religiosidade.

Isso tudo acaba levando amigos e familiares a se desentenderem. Quando a ruptura não é extrema, volta-se ao normal. Tenho amigos de longa data. Somos opostos em assuntos políticos. Mas nunca discutimos isso, não trocamos ofensas. Nossa amizade está intacta.

Escrevo este artigo na sexta antes das eleições. Ninguém sabe quem vai ganhar o pleito.  São duas candidaturas com histórias de vida diferentes e plataformas predominantemente  contrárias. Principalmente quanto à política econômica.

É legítimo um especulador, megapecuarista votar em seu candidato. Assim como é legítimo um trabalhador, uma doméstica votar no seu. Isso é democrático. Entristece é ver pessoas que vieram de vida difícil, sofrendo preconceitos, melhoraram sua situação e agora escolhem o candidato de seus patrões ou opressores. É talvez a única forma que têm de se identificar com eles, pra se sentir "um deles".  Procuram ler as mesmas revistas, ter o mesmo celular, contar as mesmas piadas, quem sabe até comprar um carro bonito, já que agora está fácil.

Pessoas assim, quando  se dão bem na vida, atribuem a si o sucesso. Principalmente no comércio. Quando se dão mal, a culpa é do governo. Exemplos de sucesso: de 1995 a 2002 não foi criada nenhuma universidade federal. O FMI ordenava privatização do ensino. De 2003 para cá, foram construídas 16, mais 422 escolas técnicas. Houve contratação, por rigoroso concurso, de milhares de professores. Pois bem. Muitos deles agora adotam o candidato que defende a volta da  política governamental de antes de 2003. Atribuem a conquista do cargo de professor ao seu próprio esforço. Claro, existe o mérito. Só que é professor porque a política de  governo priorizou ensino público em vez de privado.  Outro exemplo: com a expansão da economia, houve necessidade de ampliar o quadro de funcionários em algumas áreas governamentais e nos bancos estatais e de economia mista. A pessoa passa no concurso e  acha que só dependeu dela estar agora no emprego sonhado. Foi o crescimento da economia que permitiu o concurso. Nossa vida depende da política do governo nas diversas áreas. E nisso, pode-se priorizar crescimento econômico ou crescimento humano.

Quando escolhemos um candidato, estamos fazendo opção por uma política, uma ideologia. E a história pessoal e do partido é importantíssima. Quem foge de discutir o passado, numa suposição de que só quer falar do futuro, tem coisas a esconder.  Protegido pelos pistoleiros do Facebook. 

domingo, 19 de outubro de 2014

APANHAR É NORMAL?

O que leva uma mulher a escolher para o cargo mais alto do país um agressor de mulher? Agressor em público!!

Mulher é vítima de violência. Pra isso se criou a Lei Maria da Penha. Apanhar do companheiro é humilhante.


Votar em quem faz isso é degradante. É pior do que apanhar. É tomar o lado do agressor. É ser seguidora do Nelson Rodrigues: "Nem toda mulher gosta de apanhar. Só as normais". 

Votando se sente a normal do Nelson? Tenha brio! Se acha realmente que não há opção, vote em branco.


INFORMADOS E DEFORMADOS

Estamos num momento histórico: as eleições. Os comunicadores sociais sabem que a memória coletiva nesses momentos é vulnerável e determinam o que as pessoas têm que “pensar”.  Seja por jornais, revistas,  tv, rádio, seja pelas redes sociais.  Publicam as bobagens e em minutos aparecem os compartilhamentos e os comentários “críticos”. Sem qualquer análise e, na maioria das vezes, sem ler o texto todo ou ver o vídeo postado.  Tudo carregado de ódio cego.

Entre muitos casos, dou três exemplos bem recentes.  Apareceu no meu Facebook que o Bolsa Família não tinha sido criado por Lula, mas pelo governador de Goiás, Marconi Perillo. Junto, um vídeo, publicado pelo jornalista da Veja, Ricardo Setti, com a suposta confirmação do fato pelo Lula.  Vi o vídeo e não era nada disso. Lula agradecia Perillo por ter sugerido unificar todos os programas já existentes em um só CARTÃO MAGNÉTICO. Apenas isso. É uma ofensa à inteligência, à razoabilidade. Setti e os outros jornalistas sabem que seus leitores são atraídos pelas manchetes, fazem leitura apressada e divulgam seu furor. Os jornalistas aproveitam essa limitação.

Outro: que a viúva do Guevara recebeu pensão no Brasil. As pessoas acreditam, não verificam e compartilham na rede. O próprio site que publicou a “notícia” alerta, lá embaixo, em letras miúdas, que o seu conteúdo é fictício. Mas os “críticos”, apressados, não leem o aviso. E o criador da  página sabe que não leem.

Mais um: o vídeo que o Danilo Gentile fez sobre o “Aécio Cheirador”. Não há provas de que o candidato é ou foi consumidor de drogas, mesmo assim isso é muito compartilhado nas redes.

Há vários sites que têm seus artigos duvidosos postados na rede social como verdades. Um deles, de Joselito Muller, publica barbaridades como o Bolsa Prostituta, tornozeleiras para médicos cubanos não fugirem e outras asneiras. Depois, Muller diz em entrevista que quem acredita no que ele escreve é “deficiente cognitivo”. Publica, é compartilhado pelos seus fãs e os ofende.

Costumo comentar essas publicações, questionar ou mostrar que é piada.  Alguns respondem agredindo, outros insistem, outros utilizam o tradicional e limitador  “Não adianta discutir com petista!”. Ué! Ainda insistem na besteirada. Hoje é chamado de petista quem questiona falta de fundamento. Questionar asneiras não tem a ver com partido político.  Atacar por não ter argumentos para fundamentar o que postou é uma indigência de pensamento. Alguns ainda dizem que postam o que quiserem e ninguém tem nada com isso. Mais indigência. Postar na rede social é querer ser visto, é se expor, e isso tem consequências.

Quem é dirigido não consegue ver e não critica a seletividade do alto Judiciário, ou o ministro do Supremo que, depois de a maioria dos ministros terem votado contra o financiamento de campanhas eleitorais por empresas, pediu vistas do processo até sabe Deus quando. Por que pediu? Não se veem críticas aos dois ministros do Supremo por  soltarem bandidos e engavetarem processos. Ou a membros de outros órgãos, como   Robson Marinho, do Tribunal de Contas de SP, que recebeu 2,7milhões de dólares em propina para aprovação  das contas e contratos milionários do governo de SP. O Tribunal Penal de Bellinzona, Suíça, encaminhou a movimentação bancária dele.

Quem se informa apenas pela grande mídia não sabe, por exemplo, que Joaquim Barbosa, quando presidente do STF, comprou um apartamento em Miami usando uma “corporation” aberta em seu nome, com endereço da sede da empresa num apartamento funcional, o que é ilegal. Criou a empresa pra comprar o imóvel e não pagar imposto, ou pagar menos.

Há várias revistas e jornais, na grande imprensa, que escrevem para esse público acrítico. É uma ofensa que alguns aceitam.

 “O opressor não seria tão forte se não tivesse cúmplices entre os próprios oprimidos.” Simone de Beauvoir

Jornal: http://www.ilustrado.com.br/jornal/ExibeNoticia.aspx?NotID=61081&Not=Informados%20e%20deformados

sábado, 18 de outubro de 2014

QUAL É A TUA CRENÇA?

Publico aqui texto do mano Artur publicado no Facebook. Opinião sem rancores, sem ódio


No domingo (26), iremos escolher o próximo Presidente da República.

Nós, eleitores, queremos o mesmo para todos os brasileiros: qualidade de vida, saúde, educação, segurança, trabalho. E exigimos o fim da corrupção e da impunidade em todas as instâncias da sociedade.


Quem não encampa essas bandeiras é um cidadão com alguma patologia social, felizmente uma pequena minoria.

A diferença entre os eleitores está basicamente na crença que cada um tem sobre a forma de se atingir os mesmos objetivos (saúde, educação, etc.).

Reduzindo (muito) a complexidade da questão, é possível dicotomizar didaticamente essas crenças. É o que vou tentar fazer, pois acho oportuna essa reflexão, quando temos dois candidatos ao governo que esteiam suas propostas políticas em pilares com naturezas antagônicas.

CRENÇA 1:
- A vida é uma luta renhida entre indivíduos em busca da sobrevivência, da realização de seus projetos e do sucesso. Vence o mais forte e mais preparado, pois todos têm as mesmas oportunidades.
- Devemos preparar nossos filhos para a vida como se eles fossem enfrentar uma guerra em que existe sempre um inimigo à espreita para vencê-los.
- Existem pessoas que nasceram para serem líderes e dominarem as pessoas inferiores, que nasceram para serem dominadas e conduzidas.
- O estado deve intervir o mínimo possível na economia e atender as demandas de uma elite dominante, privilegiada, que sabe o que é bom para a sociedade.
- A “mão invisível” do mercado regula o funcionamento da economia e propicia condições para que cada indivíduo dispute seu lugar na sociedade, desde que seja apto para isso.

CRENÇA 2:
- A vida é resultado da solidariedade entre os homens e mulheres, que constroem, em comunhão, as condições para a sobrevivência digna de todos.
- Devemos preparar nossos filhos para compartilhar afetos e fortalecer o companheirismo durante a vida, sabendo que existe sempre um amigo à espreita para ajudá-los.
- Os seres humanos nascem com o desejo de realizar suas potencialidades, mas precisam de condições e oportunidades para desenvolverem seus potenciais.
- O estado deve promover a distribuição de renda, de oportunidades e de bens culturais, pois as condições de acesso a esses direitos sociais não são as mesmas para todos em uma sociedade capitalista.
- A “mão visível” do governo deve, por meio de políticas públicas, corrigir distorções e garantir o mínimo de vida digna para toda a população.


Espera lá! Mas, por que o governo tem que intervir se as pessoas são solidárias e promovem a comunhão? É isso que diz a Crença 2, mas não há garantia de que todos irão viver segundo essa crença. Não podemos nos esquecer que vivemos em uma sociedade democrática, que oferece espaço para a diversidade ideológica. E, principalmente, não podemos nos esquecer que adotamos o modo de produção capitalista, tributário a uma lógica que privilegia o individualismo (the self made man) e segue os preceitos da Crença 1.

Não gostaria que ficasse a ideia de que estou qualificando uma Crença como do bem e a outra do mal! O mal existe sim e ele está presente nas pessoas independentemente das crenças. Ser desonesto, corrupto e fazer mal ao próximo não tem necessariamente a ver com essas duas crenças: trata-se de desvio de caráter.

Essas crenças, ainda que não estejam muito claras em nossa consciência, pautam nossa forma de agir no mundo, nossos comportamentos, nossas escolhas, nossa forma de educar os filhos, e até nossos textos no FB!

Cada um tem certeza de que sua crença é a melhor, portanto essa discussão é infrutífera. O importante é cada um assumir sua mundividência e votar, no domingo, de acordo com seus pressupostos de como deve se organizar a sociedade nos âmbitos econômico, cultural e jurídico.

A partir da Crença 2, tenho tentado construir, junto com as pessoas com quem me relaciono, possibilidades de ser feliz. Penso que, ao nos posicionarmos politicamente de acordo como nossas crenças e em coerência com nossas atitudes do dia a dia, seremos respeitados por nossos filhos, nossos familiares, nossos amigos e por aqueles que pensam diferentemente de nós.

Domingo, diante dos botões da urna eletrônica, devemos nos perguntar: “qual é a minha crença?”

Abraço
Artur Roman


ESTUPIDEZ ESGOTA A VIDA

Há pessoas cuja existência se esgota inteiramente ou se explica apenas em torno do viver, ou do sobreviver, jamais do coexistir humanamente. Elas se caracterizam pela ausência de limites,

Difícil achar palavras para explicar os comentários rasteiros, desumanos, acríticos, aéticos que postaram por causa do mal-estar que a Presidente teve durante o debate. Piadinhas indecentes, desrespeitosas. A estupidez não tem limite mesmo.

Pessoas supostamente cultas lideram as postagens. Pra que esse ódio? Não percebem, minimamente, que estão sendo conduzidos docilmente com tapas nos olhos?

Ter mal-estar, queda de pressão, pode acontecer com qualquer pessoa. E todas merecem respeito..

Me dá asco.


sábado, 11 de outubro de 2014

PENSAR É DIFERENTE DE PERCEBER

Dias atrás, atravessando a Estação da Luz, em São Paulo, para pegar o metrô, ouvi a parte inicial do “Concerto para piano e orquestra nº1 em Si bemol menor”, de Tchaikovsky. Mesmo quem não gosta de música clássica com certeza vai gostar desse início. Tem na internet.

No salão da estação, uma senhora bem idosa, sorridente, sentada ao piano, executava a bela música. As pessoas foram chegando. Ela tocava com perfeição. Chamavam a atenção, além do emocionante desempenho no balé dos seus dedos sobre as teclas, um surrado gorro preto, unhas maltratadas, roupas bem humildes e uma sacola de mercado com roupas e bugigangas aos seus pés. Sobre o piano, uma pequena placa: “Sente e toque!”.

Ela tinha aparência de moradora de rua, ou de pessoa muito pobre. Quando se ouvia somente o belo som do piano, sentia-se o deslumbramento silencioso de todos. Depois, aplausos sinceros e emocionados. Alguns não conseguiram conter lágrimas. Muitos se perguntavam qual seria a história daquela afável mulher.

Essa bela experiência que vivenciei me levou a refletir sobre como a aparência nos leva a opiniões e decisões erradas. Para Saramago, a visão nos cega, pois prestamos atenção apenas às aparências, que nos afastam da essência.

Nestes tempos em que o consumo virou prazer e, pior, as pessoas procuram se identificar com os produtos, principalmente para projetar sua imagem (último modelo de telefone, carrão, etc.), que identificação a pianista tem com sua sacola de roupa velha, o gorro surrado, as unhas maltratadas? Pois é. Nada a ver com tocar piano.

A imagem é formada por quem vê, não por quem a projeta. Por exemplo, o sujeito se veste com uma roupa cara, penteia o cabelo, escova os dentes com  uma pasta importada, dá uma última olhada no espelho e sai para arrasar corações femininos. Tem uma imagem excelente de si próprio. Acha-se irresistível. A mulherada, porém, quando o vê, desvia o olhar ou vai pra outro canto. A imagem que ele tem de si é muito diferente daquela que os outros têm. O sujeito ACHA que a imagem que ele tem de si é compartilhada pelos outros.

Muitos conseguem, claro, utilizando os mais diversos recursos, promover uma imagem e ela ser assimilada pela sociedade. Imagem não só de produtos, mas também de pessoas. Os políticos que o digam, em seu ambiente de simulação, onde o real e o imaginário se confundem. A informação que nos chega desse ambiente é de um mundo feito de acordo com as conveniências pessoais. O mundo vira um espetáculo para assistirmos. 

Se não cuidarmos, o julgamento que temos das coisas é dado pela aparência, que sempre muda. Lá na estação de trem, se eu fosse para a esquerda, ou direita, pra frente, pra trás, poderia haver mudança da aparência da instrumentista. Mas a realidade: a música, a sonoridade, a emoção sentida, a elegância nos toques ao teclado seriam sempre os mesmos.

Isso nos leva a diferenciar pensar e perceber. Pensar é visualizar a realidade como ela realmente é. Perceber é visualizar a aparência. Os grandes meios de comunicação têm direcionado seus leitores/telespectadores/ouvintes para o PERCEBER. Afinal, a primeira impressão que temos das coisas é a aparência. Nem todos têm consciência disso.

A pianista sai às ruas sem pensar em projetar esta ou aquela imagem. Tanto ela quanto grande parte dos políticos têm uma aparência muito diferente da realidade.

sábado, 4 de outubro de 2014

CHINA CRESCE 7,5%, ÍNDIA 4,4%, BRASIL... 3,3%

Pois é. O que é desenvolvimento? Na visão de alguns, com duas candidaturas à Presidência representando esse pensamento, desenvolvimento é aumentar o PIB.

Desenvolvimento  não seria a ampliação das escolhas das pessoas, a criação de um ambiente para que as pessoas gozem uma vida longa e saudável? Pode-se medir o avanço de uma população apenas pela sua dimensão econômica? E as questões sociais, culturais e políticas, onde ficam? O avanço de um povo não pode ser medido apenas pela sua dimensão econômica. Desenvolvimento abrange mais questões, que essa variável não pode responder.

Os de visão estritamente econômica dizem que o Brasil tem "crescimento pífio", um"pibinho". Mas não dizem que tem as menores taxas de desemprego do mundo. Que a política econômica adotada nos permitiu passar incólume pela grande crise de 2008, que derrubou muitos países. Alguns não se reergueram.

Há um indicador que se contrapõe ao PIB: o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano). Enquanto o PIB considera apenas o desenvolvimento econômico, o IDH, o desenvolvimento humano, a qualidade de vida. Nosso IDH tem tido crescimento maior que a média mundial. Hoje está em 0,744 (quanto mais perto de 1, melhor). Média mundial: 0,74. Índia: 0,586, pior índice entre os países do BRICS. Cresce apenas economicamente. Pela metodologia das Nações Unidas, o Brasil é considerado um país de alto desenvolvimento humano (alcançado em 2006).

Junto a isso, a expectativa de vida do brasileiro aumentou para 73,9 anos (71 em 2002). Índia: 66,4 anos. Isso diz respeito a fatores humanos, não econômicos.

Mesmo com o "pibinho", nosso PIB per capita é de US$ 12.160. Na índia: US$ 3.978. A variação do nosso "pibinho" em 2013 "foi só" 2,3%. O que não é dito: foi maior que os da Alemanha, Japão, Reino Unido, França, Itália, Austrália, Canadá e Estados Unidos, por exemplo. Índia cresce economicamente mais que Brasil neste ano. E daí?

Mas há um índice (o mais importante):o GINI. É um parâmetro internacional  para medir a desigualdade de distribuição de renda. Varia de 0 a 1. Quanto mais próximo do zero, menor é a desigualdade de renda, melhor a distribuição de renda num país. O Índice de Gini do Brasil vem melhorando e hoje é de 0,495. Em 2002 era 0,5874. Em 1995, 0,5987.
De acordo com relatório da ONU, o Brasil saiu do Mapa Mundial da Fome em 2014, com redução de 75% do número de brasileiros considerados em situação de subalimentação. Na Índia ha mais de 100 milhões na pobreza, sem programa para redução.

Claro, sempre existe relação com a economia. Para se tirar pessoas da miséria, pobreza, colocar pobres nas universidades, fornecer médicos para a população são necessários gastos. Por exemplo, sair do FMI contribuiu, e muito, para melhorar a vida dos brasileiros. As reservas internacionais, US$ 375milhões (US$ 37 milhões em 2002) nos dá altivez e autoridade diante do mundo. O campo de ação dos especuladores é diminuído. Ainda, com menos poder de fogo, manipulam as bolsas para assustar, em função de pesquisas eleitorais. Querem voltar ao passado, quando rolavam de ganhar dinheiro especulando. Temos uma dívida externa de 81,4% das reservas (557% em 2002).  Situação que nos permite não ficar de joelhos diante dos EUA, Banco Mundial e FMI, como nos tempos de Armínio Fraga e André Lara Rezende comandando a economia brasileira.

Em tempos de eleições cobram-se soluções imediatas. A questão é: o Brasil está melhorando a vida de sua população, a educação, a saúde, a punição a corruptos? Não estamos mais na época em que ou piorava, ou estacionava.


Afora questões éticas, até por questões de crença cristã, temos que priorizar o humano em vez do econômico. E não votar por ódio, direcionado pelos interesses econômicos.

No jornal: 
http://www.ilustrado.com.br/jornal/ExibeNoticia.aspx?NotID=60639&Not=CHINA%20CRESCE%207,5%,%20%C3%8DNDIA%204,4%,%20%20BRASIL...%203,3%

quarta-feira, 1 de outubro de 2014

A QUEM DAREMOS NOSSO VOTO NESTE DOMINGO?

Nesta minha fase de "roubartilhar" bons textos, dadas as eleições, apresento mais um. De leitura necessária. Fonte:
https://www.facebook.com/artur.roman.54/posts/10153231738886982

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Penso que, para a maioria das pessoas, a escolha de um candidato é sustentada por uma visão de mundo e uma escala de valores. Nós escolhemos um candidato que representa simbolicamente esses nossos parâmetros existenciais e saímos à caça de argumentos para sustentar nossa opção.
O resultado pode ser visto na “babelização de ideologias” ou diversidade de discursos justificacionistas, um dos magníficos componentes da democracia.
Há muitos brasileiros que concordam com as ideias escatológicas do Levy sobre sexualidade e família. Eu abomino. Há brasileiros que apoiam a proposta do PSOL de socialismo e liberdade. Eu simpatizo com ela. Há brasileiros que consideram o bolsa família esmola e compra de votos, apesar de ter melhorado a vida de milhões de brasileiros. Eu fico feliz de saber que meus impostos estão sendo aplicados nesse programa.
Tenho um amigo que diz ser conservador e que votará de acordo com esse pressuposto. Respeito seu posicionamento, especialmente porque é fruto de uma decisão refletida.
Acredito que vá votar na Marina, pois esse amigo é bem informado e sabe que a política dessa candidata não tem nada de nova. Até a imprensa francesa já se deu conta de que ela é a “nova” cara da velha direita brasileira, próxima do neoliberalismo republicano dos EUA (vide Max Weber). E, exatamente, por ser bem informado, creio que esse meu amigo não vai votar no Aécio, apesar deste candidato rezar pela cartilha do Consenso de Washington. Não vai votar porque, como dizem os mineiros, quem conhece o Aécio não vota nele...
Se alguém vota em um candidato que tem como proposta fazer algo que vai contra meus princípios e contra aquilo que entendo como bom para o país, tenho que repensar essa amizade?
Repensar sim, mas não desistir dela. Isso exige de nós um esforço para buscar a consonância afetual que transcenda a dissonância cognitiva. Conheço pessoas politizadas, que apoiam o governo e que são muito chatas, e de quem eu nunca seria amigo. E tenho amigos e mesmo parentes, que considero alienados politicamente, mas que são bons companheiros, apesar de equivocados, é claro, em relação ao meu ponto de vista.
Na verdade, muitas escolhas políticas reveladas são fruto mais de um descaso com a desestimulante e horrível política brasileira do que resultado de vivência, estudo, leituras confiáveis e reflexão. Muitos apenas votam contra a Dilma e não a favor deste ou daquele candidato. É um voto de protesto contra alguma coisa, muitas vezes sustentado em leituras apressadas da grande imprensa, portanto com pouca consistência. Às vezes até é um protesto contra uma vida vazia, sem objetivos. Sei lá...
E também há aqueles eleitores que escolheram com convicção o Aécio ou a Marina, mas não encontram qualidades nesses dois candidatos para apontar. Acabam resvalando para a crítica superficial ao governo ou ofensas e até xingamentos à Dilma, ao Lula, ao PT, rascunhadas a partir de artigos de “revistas” como a Veja.
O PT cometeu erros e tem muito o que aprimorar. Mas conseguiu a proeza de desenvolver um modelo econômico, assumidamente heterodoxo, que permitiu sim aos banqueiros e empresários continuarem enriquecendo, mas que beneficiou milhões de brasileiros que viviam a nossa volta e nem sabíamos que existiam, a não ser quando nos atendiam como serviçais.
O governo do PT, graças a políticas públicas consequentes, trouxe dignidade a milhões de brasileiros. Colocou pobres e negros na universidade, as crianças nas escolas, médicos nos postos de saúde, subsidiou casa própria para quem tinha baixa renda e movimentou o mercado interno gerando empregos. E investigou e puniu corruptos como nenhum governo anterior.
Sou trabalhador. Prefiro o corporativismo sindicalista e o "aparelhamento" do estado feito por trabalhadores, do que o elitismo burguês e a privatização do estado para atender participantes da casta privilegiada e de parte da classe média que orbita servilmente a sua volta, consumindo ridiculamente seus “valores”. Se aquele corporativismo deve ser administrado, pois pode sim extrapolar seus limites, este elitismo deve ser combatido pois é uma afronta à dignidade humana.
Tenho orgulho de ter sido um dos trabalhadores brasileiros que acompanhou a criação do PT e se envolveu na criação de Núcleos do PT, no interior do país nos anos 80. Aquela militância fiel (agora com os cabelos brancos) está ressurgindo nesta reta final das eleições. Isso nenhum partido ainda conseguiu construir.
Companheiros! Hasta la victoria! Siempre!