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sexta-feira, 19 de agosto de 2016

DESCULPE POR ESTAR DE COSTAS!



A melhor imagem que achei para representar cada um de determinado grupo de pessoas diante da  situação por que passamos foi esta, que tirei do Charlie Hebdo (sem o balãozinho), que corre na internet. Vale pra homem e mulher:



O cara se dispõe, subserviente, é ferrado, e ainda pede desculpa.

A posição de quatro, ou de gatinhas, tem uma agravante: a pessoa só enxerga o chão, ou o travesseiro. No ouvido, vai o que lhe mandam pensar ou dizer.

Vemos na internet postagens desanimadoras dessas pessoas. Não mudam, não percebem a realidade, não se flagram como manipulados. Orgulho, ou burriquice mesmo?

O Pré-Sal está sendo dado para os norte-americanos. O Banco do Brasil está se desfazendo de ativos, a Petrobrás vendendo 51% do filão que é a BR Distribuidora, vem aí a privatização da administração dos fundos de pensão (os “indignados” do BB não perceberam ainda).

Cunha continua mandando no governo. Tem “duzentos deputados pra sustentar” (à nossa custa). Prisão? Manifestações? Nem pensar! Os subservientes de gatinhas estão apenas olhando o travesseiro, ou o chão.

A Saúde está sendo privatizada. Multas aplicadas às operadoras de planos e seguros de saúde estão sendo perdoadas. Também as aplicadas às operadoras de telefonia e internet. Mordomias absurdas para o Judiciário, despesas criadas no Congresso para beneficiar os apaniguados. As denúncias de desvios na Petrobrás durante o governo FHC, solenemente ignoradas. O processo do Metrolão, que já deu condenação na Suécia, continua nas gavetas. Mensalão do PSDB  com teias de aranha.

Vem aí a flexibilização da CLT, desmonte da universidade pública, privatização de áreas estratégicas, enfraquecimento das garantias democráticas.

A mulher de Cunha não ser presa (onde é mesmo o endereço dela?), apesar de ter  movimentado em sua conta dinheiro da corrupção, não importa. Importa é o impeachment. O fato de o MPF ter mandado arquivar processo contra Dilma por NÃO TER HAVIDO CRIME, o fato de ela não ter qualquer envolvimento com corrupção, estar sendo julgada por senadores investigados por crime, ter como relator o maior “pedalador” do Brasil também não importa. Os que estão atrás do subserviente de quatro e não aparecem na imagem acima mandaram só pedir o impeachment. Com muito ódio.

Jucá, Renan e Sarney confessam, de própria voz, a realização de ações para barrar a Lava-Jato. Aécio é citado mais de 20 vezes em delações e Jucá fala na gravação do “esquema do Aécio”. Nada acontece. Os de quatro nem percebem.

Gilmar Mendes diz que a Lei da Ficha Limpa foi feita por bêbados, e o Supremo libera os fichas-sujas para se candidatarem. Gilmar defende seus parceiros, é atendido. Vai tirar a condenação do ficha-suja Temer? Silêncio!

O negócio é festejar a investigação em cima de Lula. Até agora nada foi encontrado. Se for, que se puna. Cunha estar solto? Ora, ora! Ele não presta, é ladrão, mas...

Não é preciso a mídia dizer que o PT traiu seus eleitores. Qualquer  um sabe disso. Mas se deixar levar no apoio raivoso ao impeachment de uma pessoa sem qualquer mácula por causa do partido, e colocar bandidos e condenados no poder é inconcebível.

Para curar o País, a primeira coisa a fazer é manifestação contra o Judiciário parcial. Quando o Judiciário pune todos bandidos o país funciona. Quando os protege, é o caos. Quanto o alto Judiciário é corrupto, não há saída se não for combatido.

Não é pra ficar com raiva dos pobres subservientes na sua postura de quatro. É pra ficar com dó. Conhece algum, leitor? Eu, vários.

Pulitzer foi profético: “Com o tempo, uma imprensa cínica, mercenária, demagógica e corrupta formará um público tão vil como ela mesma”. 

domingo, 14 de agosto de 2016

NEM DILMA, NEM TEMER. QUEM, ENTÃO?

Temer está se batendo pra manter o nariz fora da água pra respirar. Ele tem que cumprir o que prometeu aos patrocinadores do golpe, mas não quer que a população saia às ruas contra ele antes do impeachment se concretizar. Afinal, as medidas pra pagar a conta aos patrões é alta e penaliza os pobres, primeiro, classe média em segundo.

Gilmar Mendes, na condição de presidente do TSE já disse que o julgamento da ação contra Dilma (campanha de 2014) só sai em 2017. A defesa de Temer quer excluí-lo do processo, alegando que a campanha da Dilma não é a mesma dele (???). Gilmar pode até aceitar essa alegação vergonhosa, mas só em último caso, e desde que Temer siga direitinho as ordens. Os chefes dirão o que é pra fazer. 

Por que deixar pra 2017? Condenando Dilma e Temer ano que vem, o novo presidente seria eleito pelo Congresso. E isso é muito interessante para os patrões. Nomeariam quem quisessem. Gilmar é o instrumento pra isso. Já acostumado. Se houver condenação em 2016, haverá novas eleições. Isso não é interessante. 

Temer é ficha-suja, com condenação. Mas os tribunais superiores, se os chefes mandarem, dão um jeito nisso. Afinal, até Maluf, barrado por ser ficha-suja por um juiz concursado, acabou empossado por ordens superiores de juízes nomeados politicamente.

Dias atrás, o vociferante Celso de Mello, aquele que em seus votos cita a si próprio em decisões anteriores e colegas aposentados ou mortos, ignorando que o mundo mudou, mandou soltar um meliante que estava preso por ter sido condenado em segunda instância, como manda decisão do próprio STF. Lewandowski, aquele que só fala em ampliar suas mordomias, soltou outro. E a lei? Ora, a lei! Eles mandam e pronto! Os bandidos nem precisaram do Gilmar Mendes.

Nisso, o que surpreendeu foi Fachin ter mandado prender de novo aquele que Lewandoski havia soltado. Disse ele: "...seria importante o STF respeitar sua própria orientação". Fachin, respeitado e honesto, em sua primeira relatoria no STF foi derrotado fragorosamente. Não se impõe, mostra timidez. Finalmente resolveu enfrentar os colegas. Enfrentaria Gilmar Mendes? Ser bundão não significa ser desonesto, antiético.

A venda de ativos da Petrobrás e do Banco do Brasil, entrega gradativa do Pré-Sal, privatização dos grandes fundos de pensão (e daí, aposentados do BB?) não estão satisfazendo os patrões. As interferências na Lava-Jato, denunciadas sem alarde na imprensa pela Associação de Delegados da Polícia Federal e pelo procurador Dallagnol, a paralisação do pacote anticorrupção de Dilma, isso ainda é pouco.  Querem mais.

Em nota publicada nesta quinta (07), a Associação de Delegados da Polícia Federal criticou a mudança na equipe da Polícia Federal que realiza os trabalhos junto com Sérgio Moro. Após uma visita do ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, alguns delegados da força-tarefa foram substituídos.

Ainda tem a liberação dos planos de saúde de pagar multas por descumprirem a lei, mais a transformação de multas às operadoras de telefonia e Internet em PROMESSA de investimentos, e o aumento de quase 3 vezes no déficit para 2016, para pagar despesas futuras (uma das faturas para os patrocinadores do impeachment). Cadê os "indignados"?

Parabéns para quem não está do lado dessa corja,  defendendo-a em passeatas e em postagens. Não se importando por corruptos declarados e denunciados estarem livres. Afinal a pressão dos patrocinadores do impeachment foi muito grande pela mídia e por jornalistas vendidos. Muitos acordaram, perceberam que foram manipulados. Muitos ainda não.

A História os condenará. 

segunda-feira, 8 de agosto de 2016

A MÉDICA DOS SEIS DEDOS

Generalizações são uma coisa péssima: policial é violento, padre é pedófilo, advogado é sacana, político é corrupto, etc. Quantos bons médicos, éticos, responsáveis, salvando vidas. Maioria, acredito. Mas uma parte considerável envergonha a classe. Fora e dentro do SUS.

Os serviços do SUS são administrados pelas prefeituras. Ela contrata os médicos e aplica as verbas federais, estaduais e municipais. Há municípios em que a Saúde funciona bem, há municípios onde funciona muito mal.

A cada pouco aparecem denúncias de médicos que recebem dinheiro público para atender a comunidade mas não trabalham. Recentemente aqui em Curitiba, no Hospital das Clínicas, pelo menos dez médicos recebiam sem trabalhar. Foram punidos? E aquela médica que tinha emprego em duas cidades, 400 km distante uma da outra. Não trabalhava em nenhuma.

Aqui, o nome de dez médicos no HC indiciados por quatro crimes, um deles ganhar sem trabalhar. Tem professor da Federal: http://www.gazetadopovo.com.br/vida-e-cidadania/conheca-os-medicos-indiciados-na-operacao-sao-lucas-697vp6p7gxd4jm5iwh1khljnw

Todos vimos várias denúncias de médicos que recebem sem trabalhar em todo o Brasil. Vemos muito também críticas ao SUS e às filas para atendimento. Se médico não trabalha, claro que a fila é grande.

Em maio agora foram detectados 81 servidores (médicos entre eles) com emprego na Bahia e em outros estados (a até 1500 km de distância) ao mesmo tempo (Sergipe, Pernambuco, Ceará, etc.).

Nunca vi a imprensa criticar quem permite isso: o Secretário da Saúde, o prefeito, demais autoridades. 

Tempos atrás uma uma médica foi pega em flagrante com seis dedos de silicone, cópias dos dedos  de colegas médicos. Usava para registrar a chegada deles no trabalho. Ninguém ia trabalhar, claro. E o povo esperando atendimento e tendo consultas marcadas para meses depois. Um ano depois, todos "trabalhando" no mesmo local. Processo em segredo de justiça. 


Esses médicos saem em passeatas pedindo impeachment, agridem, xingam, postam no Facebook, vociferam contra a corrupção... dos outros. Destilam seu ódio contra os médicos estrangeiros que estão salvando vidas e, principalmente, atendendo a população com respeito e ética, CUMPRINDO o horário de trabalho pelo qual é pago. Quanta hipocrisia! Os médicos estrangeiros foram contratados DEPOIS que não apareceram médicos brasileiros para trabalhar, principalmente nos locais distantes e de poucos recursos.

Em Paranaguá, no porto, recentemente, foram encontrados 25 dedos de silicone para forjar o ponto. Processo também em segredo de justiça.

Punição para esses fraudadores?  Para seus chefes?

Num país em que senadores dizem de própria voz que iriam tirar a presidente para eles escaparem da Lava-Jato, numa tentativa de obstruir a operação, e não são presos, muito menos algo vai acontecer a funcionários públicos que não trabalham e recebem salário.