Temer está se batendo pra manter o nariz fora
da água pra respirar. Ele tem que cumprir o que prometeu aos patrocinadores do
golpe, mas não quer que a população saia às ruas contra ele antes do
impeachment se concretizar. Afinal, as medidas pra pagar a conta aos patrões é
alta e penaliza os pobres, primeiro, classe média em segundo.
Gilmar Mendes, na condição de presidente do
TSE já disse que o julgamento da ação contra Dilma (campanha de 2014) só sai em
2017. A defesa de Temer quer excluí-lo do processo, alegando que a campanha da
Dilma não é a mesma dele (???). Gilmar pode até aceitar essa alegação vergonhosa,
mas só em último caso, e desde que Temer siga direitinho as ordens. Os chefes dirão o que é pra fazer.
Por que deixar pra 2017? Condenando Dilma e
Temer ano que vem, o novo presidente seria eleito pelo Congresso. E isso é
muito interessante para os patrões. Nomeariam quem quisessem. Gilmar é o
instrumento pra isso. Já acostumado. Se houver condenação em 2016, haverá novas eleições. Isso não é interessante.
Temer é ficha-suja, com condenação. Mas os
tribunais superiores, se os chefes mandarem, dão um jeito nisso. Afinal, até
Maluf, barrado por ser ficha-suja por um juiz concursado, acabou empossado por
ordens superiores de juízes nomeados politicamente.
Dias atrás, o vociferante Celso de Mello,
aquele que em seus votos cita a si próprio em decisões anteriores e colegas
aposentados ou mortos, ignorando que o mundo mudou, mandou soltar um meliante que
estava preso por ter sido condenado em segunda instância, como manda decisão do
próprio STF. Lewandowski, aquele que só fala em ampliar suas mordomias, soltou
outro. E a lei? Ora, a lei! Eles mandam e pronto! Os bandidos nem precisaram do
Gilmar Mendes.
Nisso, o que surpreendeu foi Fachin ter
mandado prender de novo aquele que Lewandoski havia soltado. Disse ele:
"...seria importante o STF respeitar sua própria
orientação". Fachin, respeitado e honesto, em sua primeira relatoria no
STF foi derrotado fragorosamente. Não se impõe, mostra timidez. Finalmente
resolveu enfrentar os colegas. Enfrentaria Gilmar Mendes? Ser bundão não
significa ser desonesto, antiético.
A venda de ativos da Petrobrás e do Banco do
Brasil, entrega gradativa do Pré-Sal, privatização dos grandes fundos de pensão
(e daí, aposentados do BB?) não estão satisfazendo os patrões. As
interferências na Lava-Jato, denunciadas sem alarde na imprensa pela Associação
de Delegados da Polícia Federal e pelo procurador Dallagnol, a paralisação do
pacote anticorrupção de Dilma, isso ainda é pouco. Querem mais.
Em nota publicada nesta
quinta (07), a Associação de Delegados da Polícia Federal criticou a mudança na
equipe da Polícia Federal que realiza os trabalhos junto com Sérgio Moro. Após
uma visita do ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, alguns delegados da
força-tarefa foram substituídos.
Ainda tem a liberação dos
planos de saúde de pagar multas por descumprirem a lei, mais a transformação de
multas às operadoras de telefonia e Internet em PROMESSA de investimentos, e o
aumento de quase 3 vezes no déficit para 2016, para pagar despesas futuras (uma
das faturas para os patrocinadores do impeachment). Cadê os "indignados"?
Parabéns para quem não está
do lado dessa corja, defendendo-a em
passeatas e em postagens. Não se importando por corruptos declarados e denunciados estarem livres. Afinal a pressão dos patrocinadores do impeachment
foi muito grande pela mídia e por jornalistas vendidos. Muitos acordaram, perceberam que foram manipulados.
Muitos ainda não.
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