O conhecidíssimo Sarney, entre outros, é muito religioso. O pastor Valdecir Picanto abusava sexualmente das fiéis com o pretexto de que tinha o pênis abençoado. Pastor Valdivino Monteiro é preso por estelionato e corrupção ativa. Padre Lawrence Murphy abusou sexualmente de 200 menores surdos, encoberto pelo Vaticano (antes do papa Francisco). Islâmicos degolam jornalista norte-americano. Pastor Daniel Vieira manifesta que Dilma deveria ter morrido no lugar de Campos. Povos se matam em nome da religião. Os jogadores do Santos foram a uma instituição (em 2010) distribuir ovos de Páscoa para crianças e adolescentes com paralisia cerebral. Boa parte dos atletas não desceu do ônibus por motivo religioso: a instituição era espírita. Os que não fizeram caso da religião distribuíram a doação, conversaram e brincaram com as crianças.
Pois é. Muitos e muitos casos de pessoas ligadas a alguma religião. Como já se faz com partidos políticos, deve-se abominar a instituição por causa da conduta reprovável (e até criminosa) de alguns de seus membros? Abandonar o catolicismo por causa dos políticos e dos pedófilos? Afastar-se de sua igreja por causa do Valdecir e do Valdivino? Deixar de torcer pelo Santos? Se sim, não deveriam. É preciso lutar pela instituição, fazê-la melhor, não abandoná-la.
Qual o grande problema desses personagens, e da maioria das pessoas (mesmo não cometendo crimes)? RELIGIOSIDADE SEM ESPIRITUALIDADE.
É comum pessoas frequentarem sua igreja, achando que, assim, estão em sintonia com Deus. Isso apenas as vincula com a sua religião, que é baseada em como os seus fundadores viam o mundo. Ela usa rituais e costumes. Quem os segue são considerados bons religiosos, não pessoas espiritualmente melhores. Muitas religiões minguam a capacidade de pensar de seus seguidores. A religiosidade tem sido causa de guerras, discórdias, desunião. Prende as pessoas no passado e fala de um futuro depois da morte.
Falta a espiritualidade para os personagens do início do texto. Falta para as pessoas que saem da igreja e publicam/compartilham histórias mentirosas, odeiam e xingam aqueles de quem não gostam. Rezam no domingo e durante a semana estacionam seus carros em vagas de deficientes, ou compram toca-CD de carro bem baratinho de um receptador, ou cobram “por fora” de planos de saúde, ou não registram a empregada doméstica, ou têm preconceito racial/social, ou são muito preocupados apenas com a aparência externa.
A espiritualidade une, foca a felicidade, o presente (que afeta o futuro), provoca reflexão. Não abrange rituais. Não se limita a conhecer Deus pelas religiões, mas percebe que o divino está em tudo e em todos. Espiritualidade é para os livres. Não tem adoração, mas meditação.
Agora está em expansão a Teologia da Prosperidade, que prega a relação do fiel com Deus pela reciprocidade. O fiel dá dízimos e ofertas e exige (não roga) que Deus cumpra sua parte no acordo: atender seus pedidos. “Promessa é dívida” se aplica a Deus também. O fiel é estimulado a acumular riquezas, morar melhor, ter carro e deve doar o máximo que puder na espera da bênção. Há espiritualidade nisso?
Sem dúvida, as religiões têm prestado excelentes serviços, principalmente na recuperação de pessoas. Religião é, não só, mas principalmente para quem precisa ser guiado. Analogamente, há os que são guiados por jornalistas, por canais de comunicação. Não procuram a verdade e o contexto (que envolve História). Apenas seguem. Como ovelhas.
Religião leva à espiritualidade? Ajuda e pode levar. Depende da pessoa e da religião. Bom é estarem juntas.
O primeiro passo para o caminho à espiritualidade é reconhecer que não a tem, ou que ela é ainda pouca. Enquanto a religião busca as pessoas para a crença, a espiritualidade a gente tem que buscar.
Espero um dia poder encontrá-la e tê-la.
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domingo, 31 de agosto de 2014
domingo, 24 de agosto de 2014
SAPOS, ESCRAVOS, MANIFESTANTES, MULHERES
Estava indo pra casa a pé, quando vi numa praça um grupo de adolescentes batendo em alguma coisa com uma vara, jogando para cima e chutando. Dali a pouco, um aprumou a bicicleta e passou com as rodas sobre aquilo que eu não sabia o que era. Como o objeto vítima das pancadas se mexeu, olhei melhor e vi que era um animal: um sapo.
Fiquei pensando em como um ser humano, ainda na flor da idade, sente prazer em torturar um animal indefeso. É quase como o matar passarinhos de antigamente. A diferença é que não havia a tortura.
Quando se quer diminuir uma pessoa, basta chamá-la de animal. Temos os animais como seres tão inferiores, que não merecem respeito. Seriam seres que não sentem dor com a tortura? Indo mais longe no tempo, cento e poucos anos atrás, era isso o que se pensava dos negros. Eram colocados em condições subumanas, apanhavam, eram torturados e viviam apenas para servir ao seu senhor branco. Eram equiparados ao sapo dos meninos de hoje.
E as mulheres? Quase como escravas. Séculos e séculos de discriminação. Eram proibidas de cantar em igrejas (daí, castravam-se meninos, que ficavam com a voz mais aguda e faziam as vezes das mulheres sopranos), proibidas de votar, de falar e até de ter orgasmo. Eram simples reprodutoras, seres inferiores, a porta do diabo (Gênesis, 3), escrava do homem (Santo Agostinho). Segundo São Jerônimo, " A mulher é uma ferramenta de Satã e um caminho para o Inferno". Para Aristóteles, "A natureza só faz mulheres quando não pode fazer homens. A mulher é, portanto, um homem inferior". Elas eram como o sapo dos meninos atuais. Ainda hoje, em algumas nações extirpa-se o clitóris das meninas para que não sintam prazer sexual.
Voltando para nossa época, vejo a polícia atacando manifestantes (não arruaceiros) com violência, e até matando, em Brasília. Manifestante é igual ao sapo dos meninos, é igual ao negro do século passado: não merece respeito, é um ser inferior. Era assim que a ditadura militar tratava quem fosse contestador. Uma parte da polícia continua agindo assim.
Recentemente, houve um movimento de juízes pedindo aumento salarial. Também, os deputados e senadores fizeram um movimento de protesto contra os milhares de reais em multas que muitos deles receberam por crime eleitoral: fizeram uma lei isentando a si próprios. Nesse caso, são movimentos sem repressão policial, sem agressões, sem mortes. São manifestantes em causa própria, privilegiados.
Neste país sem rumo, com níveis de corrupção jamais vistos, com impunidade para os verdadeiros criminosos, que tem no seu Congresso vários deles protegidos pela vergonhosa imunidade parlamentar, está se formando uma casta de privilegiados, como os antigos senhores dos escravos, como os meninos que torturam o sapo. E o sapo somos nós.
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Este artigo foi publicado dia 19.12.99 no Ilustrado, antes de eu parar de escrever por quase 15 anos. Republico. Continua atual. Só que agora os manifestantes (e jornalistas) têm apanhado e os quebra-vitrines têm sido poupados.
Fiquei pensando em como um ser humano, ainda na flor da idade, sente prazer em torturar um animal indefeso. É quase como o matar passarinhos de antigamente. A diferença é que não havia a tortura.
Quando se quer diminuir uma pessoa, basta chamá-la de animal. Temos os animais como seres tão inferiores, que não merecem respeito. Seriam seres que não sentem dor com a tortura? Indo mais longe no tempo, cento e poucos anos atrás, era isso o que se pensava dos negros. Eram colocados em condições subumanas, apanhavam, eram torturados e viviam apenas para servir ao seu senhor branco. Eram equiparados ao sapo dos meninos de hoje.
E as mulheres? Quase como escravas. Séculos e séculos de discriminação. Eram proibidas de cantar em igrejas (daí, castravam-se meninos, que ficavam com a voz mais aguda e faziam as vezes das mulheres sopranos), proibidas de votar, de falar e até de ter orgasmo. Eram simples reprodutoras, seres inferiores, a porta do diabo (Gênesis, 3), escrava do homem (Santo Agostinho). Segundo São Jerônimo, " A mulher é uma ferramenta de Satã e um caminho para o Inferno". Para Aristóteles, "A natureza só faz mulheres quando não pode fazer homens. A mulher é, portanto, um homem inferior". Elas eram como o sapo dos meninos atuais. Ainda hoje, em algumas nações extirpa-se o clitóris das meninas para que não sintam prazer sexual.
Voltando para nossa época, vejo a polícia atacando manifestantes (não arruaceiros) com violência, e até matando, em Brasília. Manifestante é igual ao sapo dos meninos, é igual ao negro do século passado: não merece respeito, é um ser inferior. Era assim que a ditadura militar tratava quem fosse contestador. Uma parte da polícia continua agindo assim.
Recentemente, houve um movimento de juízes pedindo aumento salarial. Também, os deputados e senadores fizeram um movimento de protesto contra os milhares de reais em multas que muitos deles receberam por crime eleitoral: fizeram uma lei isentando a si próprios. Nesse caso, são movimentos sem repressão policial, sem agressões, sem mortes. São manifestantes em causa própria, privilegiados.
Neste país sem rumo, com níveis de corrupção jamais vistos, com impunidade para os verdadeiros criminosos, que tem no seu Congresso vários deles protegidos pela vergonhosa imunidade parlamentar, está se formando uma casta de privilegiados, como os antigos senhores dos escravos, como os meninos que torturam o sapo. E o sapo somos nós.
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Este artigo foi publicado dia 19.12.99 no Ilustrado, antes de eu parar de escrever por quase 15 anos. Republico. Continua atual. Só que agora os manifestantes (e jornalistas) têm apanhado e os quebra-vitrines têm sido poupados.
angeloroman@terra.com.br
sábado, 16 de agosto de 2014
DENÚNCIAS!!! DENÚNCIAS?
Fato 1: o Conselho Regional de Medicina de São Paulo, em 2013, aplicou exame
nos médicos recém-formados. É obrigatório no estado e requisito para ter
licença médica. Houve 60% de
reprovação. Detalhe: não é eliminatório.
O médico apenas comprova que FEZ o exame. Se for reprovado... não
importa. Erraram questões básicas sobre diagnóstico
e tratamento em prontos-socorros e postos de saúde, como tuberculose, pneumonia e hipertensão.
"É vergonhoso, um absurdo. A licença
deveria ser dada apenas aos médicos que passaram", diz Luna Filho,diretor
do Conselho. E (com exagero): "No Brasil, é médico quem pode
pagar uma mensalidade". Segundo a Revista Forum, no País, 58% de
escolas de medicina são privadas, parte dirigidas a atendimento vinculado à
indústria de equipamentos de alta tecnologia e aos laboratórios.
Fato 2: Dr. Carlos Alexandre era
pediatra de meus filhos nos anos 80. Ele não receitava remédios "de
cabeça". Consultava um volumoso livro ("colava"), de onde escolhia
e dosava o remédio. Outro diferencial: fazia a receita a máquina. Nada de palavras ininteligíveis.
Relembrei esses dois fatos ao ler na internet "denúncias" contra médicos cubanos (sempre
eles): eles têm "colas" para dosar remédios. Os
"denunciantes" caem de pau em cima. Só que saber dosagem de cor é
muito diferente de saber qual o remédio mais adequado. E diferente de saber
diagnosticar.
Existem problemas com muitos médicos brasileiros que não
comparecem ao trabalho, fazem diagnósticos errados, cometem graves erros
médicos, maltratam os pacientes na saúde pública, cobram por fora, recebem por
horas de trabalho impossíveis de serem cumpridas. Os "denunciantes" emudecem.
Calam-se também quanto aos chefes que permitem isso. Punições, só se houver erro
em cirurgia plástica ou outra ocorrência com a classe abastada. Erro com pobre,
nunca.
Felizmente, temos profissionais, na maioria, conscientes de
seu papel e função na sociedade. Que
salvam vidas, atendem os pacientes com dignidade. Conheço várias pessoas que estão vivas ou
melhoraram a vida graças a um médico que eliminou ou diminuiu remédios
receitados por outro.
"Críticos" ignoram totalmente o fato de seres
humanos estarem agora tendo assistência médica graças ao programa Mais
Médicos. Não querem ir trabalhar em
lugares onde estão os estrangeiros e ainda reclamam. E sem fundamento. De
janeiro de 2013 a janeiro de 2014, no estado de São Paulo, houve redução de 70% na quantidade de encaminhamentos
para hospitais, graças ao Mais Médicos. Os médicos-empresários donos de
hospitais não gostam disso. A Veja publicou, em 1999, "O milagre veio de
Cuba" quando FHC importou médicos cubanos para resolver problemas em municípios que não tinham médicos. Agora, mudou de lado. Para a revista, a
questão é política, não de saúde. O que é para os "críticos denunciantes"
atuais?
Goste-se ou não de médicos cubanos, eles estão entre os
melhores do mundo. Reconhecidos mundialmente e pela Organização Mundial da
Saúde. Cuba, até 1959 um prostíbulo dos americanos ricos, é um país pobre, que
sofre embargo econômico. O melhor produto deles é a medicina, que exporta para
o mundo todo. Pobre, e com a saúde e
educação a cargo do Estado, não pode gastar à toa. Prioriza a prevenção e a educação para a saúde, o que
reduz os índices de enfermidade, a necessidade de atendimento e os custos. Sem
uso de equipamentos modernos (nem os tem). E funciona. Poucos ficam doentes. Segundo
a Unicef, há 165 milhões de crianças desnutridas no mundo. Em Cuba, nenhuma. Quem é médico é
porque quer, não pra ganhar bem. Ali ninguém ganha bem. Médico ou operário têm
salários quase iguais. Bem baixos.
Quando alguém fala de alguma qualidade de países europeus ou do
Canadá, ninguém diz: "Se é tão bom, por que não muda pra lá?". Mas se
falar de Cuba, já vem a perguntinha decorada.
Pra crescermos temos que ver bons exemplos e adotar, em qualquer área,
seja de Israel, Paraguai, Palestina, Índia,
Rússia. Quem sabe até dos Estados Unidos.
angeloroman@terra.com.br
domingo, 10 de agosto de 2014
VOTO EM BRANCO, DIREITO JOGADO NO LIXO
Temos dois
candidatos para um cargo: A e B. Somos obrigados a votar. Nenhum deles agrada.
O passado deles, os currículos não animam. Pode haver, ainda, descrença diante do baixo nível de grande
parte dos nossos políticos. Também, a propaganda "vendendo" os
candidatos e as postagens nas redes sociais acabam não deixando o eleitor
chegar a qualquer conclusão sobre em quem votar. Grande parte dos eleitores quer
manifestar a insatisfação, a falta de opções. Como? Votando em branco. Muitas
vezes não há nem candidato menos ruim. Todos são terríveis.
Problema: o voto
em branco, assim como o nulo, é legalmente considerado inválido. O
descontentamento manifestado vai solenemente pro lixo.
Num colégio
eleitoral de 100 mil eleitores, o candidato A recebe um voto. O candidato B,
dois (este, bem casado, ganhou voto da esposa). Votos em branco, 99.997. O
candidato B é eleito com apenas dois votos. A maioria dos eleitores, diferente
da esposa fiel, votou em branco por achar os dois sem condições. Mas isso não
vale. São 99.997 votos conscientes, mas inválidos.
Essa é a lei no Brasil.
Como se vê,
quanto MAIS votos nulos e brancos, MENOR a necessidade de votos válidos para um
candidato ser eleito. Isso é relevante. Que se pense bem antes de apertar a
tecla "Branco" ou anular o voto.
Voto em branco é MANIFESTAÇÃO DO ELEITOR, é
um DIREITO. Precisaria, porém, ser considerado. Se não houver candidatos que a
maioria da população quer, que se faça nova eleição, com outros candidatos. A
lei foi baseada em decisões do TSE. Muitas vezes, com a tradicional inapetência
para o trabalho de nosso Legislativo, o Judiciário legisla. Em outros tempos já
tivemos leis que consideravam válida essa forma de expressão do eleitor nas
urnas.
Voto nulo, o
nome já diz, também não é considerado válido. E vão aparecer (de novo)
campanhas para se votar dessa forma. Há até um site (eleicoes2014.org) fazendo pregação
aberta pelo voto nulo, na suposta possibilidade de anular a eleição se superar
50% dos votos. Com que propósito essa inverdade? Confunde-se voto nulo com voto
anulado.
Voto nulo é vontade do eleitor. É considerado, para alguns,
uma manifestação apolítica; para outros, um protesto. Voto anulado é determinado pelo Tribunal, por descumprimento
de lei, candidatura com registro indeferido, fraude, etc. Este, se superar 50%,
provoca nova eleição. Aquele, não.
Devem aparecer também mensagens absurdas
dizendo que o voto em branco é somado ao candidato com maior votação. Essa
crença vem da época em que o voto era em cédula de papel. Ela podia ser deixada
em branco por opção do eleitor. Na hora da contagem, era fácil alguém marcar
voto para um candidato qualquer. Para evitar isso, muitos eleitores rabiscavam
ou escreviam alguma coisa na cédula, anulando seu voto, eliminando o risco de
ele ser utilizado indevidamente.
O voto em branco
é de fato um voto válido e deve ser considerado não só para mostrar
insatisfação como também para anular uma eleição. É, entre muitas, uma prerrogativa que deve ser reivindicada para o
eleitor manifestar a falta de opções. Enquanto carecemos desse e de muitos
outros direitos, os black blocks quebram pontos de ônibus e vitrines de lojas.
Dizem que estão "reivindicando". Ficam nas generalidades e na
violência. Outros compartilham "protestos" sem fundamento nas redes
sociais. Os podres poderes agradecem.
É
contraditório: existe a tecla "Branco" na urna eletrônica, mas essa opção
do eleitor não é considerada.
domingo, 3 de agosto de 2014
ELEITOS POR DEUS!
" Os
Estados Unidos devem conduzir o mundo ou outros o farão." Mit Romney, candidato
a presidente em 2012.
Os EUA adotam e pregam a doutrina do
"Destino Manifesto". É um pensamento que expressa a convicção que têm
de que eles foram eleitos por Deus para comandar o mundo, civilizar a América.
O expansionismo norte-americano é apenas o cumprimento dessa vontade divina.
Procuram que os cidadãos de outros
países passem a desprezar seus próprios países e adotem o ideal americano de
superioridade e progresso.
Eles, superiores,
com uma missão divina. Nós, brasileiros, ralé. Uma propaganda estadunidense do
século XIX já pregava: "Be strong while having slaves" (Seja forte
tendo escravos). No Brasil, eles conseguiram aplicar o Destino Manifesto por
muitos anos e essa doutrina ainda existe em parte da nossa população. Vê-se
muito desprezo ao nosso país nas redes sociais. Os EUA (os fortes) agradecem as
mensagens de brasileiros (os escravos) falando mal de sua própria pátria,
direcionados por revistas e jornais subservientes.
Em 2001, o Brasil quis prestar
solidariedade aos norte-americanos pelos atentados de 11 de setembro. Nossos dois
representantes foram à embaixada em Brasília. Queriam se encontrar com o embaixador. Passaram por
uma humilhante revista e tiveram que tirar os sapatos.
"Limpos", puderam entrar. Foram
recebidos, após uma espera de 40 minutos.
Os dois revistados e humilhados eram nosso Presidente e o Ministro das
Relações Exteriores. Inacreditável. Procurei algum desmentido dessa notícia,
mas não encontrei. Na época, essa submissão aos EUA era chamada de "Diplomacia
dos Sapatos".
Isso foi em 2001. Em 2002, o mesmo
ministro, em MISSÃO OFICIAL nos EUA, teve que passar por revista e tirar os sapatos
em três aeroportos. Já, o ministro
Celso Amorim, em 2003, avisou a embaixadora dos EUA de que não havia força no
mundo capaz de fazê-lo tirar os sapatos durante a revista de segurança dos
aeroportos americanos. "Vou preso, mas não tiro o sapato". Nunca foi
constrangido a isso.
O Brasil estava se pondo de pé. Sua
situação diante do mundo permitiu adotar a Lei da Reciprocidade, em que cidadãos de um país têm o mesmo
tratamento que o cidadão de outro com que tenha relações. Adotou-a com EUA e
Espanha. Os espanhóis maltratavam e humilhavam muitos brasileiros, mesmo que só
de passagem por lá. Seja reciprocidade ou revanchismo, o Brasil se levantou.
Em seu
domínio sobre o Brasil, afora o escândalo Sivam, os EUA tentaram empurrar na
nossa goela a adesão à Alca. Felizmente não deu tempo de cairmos nessa. O
embaixador brasileiro Samuel Guimarães foi exonerado por ter alertado o governo
brasileiro sobre os riscos gravíssimos desse acordo. O
fortalecimento do Mercosul enterrou de vez a Alca, controlada pelos EUA, que,
na verdade, apenas queriam inundar o forte mercado interno brasileiro com seus
produtos, isentos de taxas e tarifas. Disse o Secretário de Estado, Colin
Powell: "O nosso objetivo com a Alca é
garantir para as empresas norte-americanas o controle de um território que vai
do Polo Ártico até a Antártida".
Na época, não só dependente e subordinado ao FMI e Banco
Mundial, o Brasil foi muito obediente à política dos Estados Unidos. Um
exemplo, a Petrobrás perdeu o monopólio em 1995 por decisão governamental.
Estava sendo preparada para ser privatizada, em nome da
"modernização" à moda estadunidense. A petrolífera valia US$15,4
bilhões em 2002. Hoje vale US$104,9. Chegou a ter maior valor em 2011. A
manifestação do desejo de vender a Petrobrás foi amplamente noticiada, à época,
pelo Estadão, Folha, Gazeta Mercantil, o Globo, etc. Junto, o Banco do Brasil. Bom pra quem?
É preciso estar de olhos abertos. Tentam nos manipular, nos
colocar contra nosso País, nos fazer apoiar políticas danosas. Tudo em nome de
Deus.
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