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domingo, 31 de agosto de 2014

A RELIGIOSIDADE TE BUSCA. A ESPIRITUALIDADE VOCÊ BUSCA

O conhecidíssimo Sarney, entre outros, é muito religioso. O pastor Valdecir  Picanto abusava sexualmente das fiéis com o pretexto de que tinha o pênis abençoado.  Pastor Valdivino Monteiro é preso por estelionato e corrupção ativa. Padre Lawrence Murphy abusou sexualmente de 200 menores surdos, encoberto pelo Vaticano (antes do papa Francisco). Islâmicos degolam jornalista norte-americano. Pastor Daniel Vieira manifesta que Dilma deveria ter morrido no lugar de Campos. Povos se matam em nome da religião. Os jogadores do Santos foram a uma instituição (em 2010) distribuir ovos de Páscoa para crianças e adolescentes com paralisia cerebral. Boa parte dos atletas não desceu do ônibus por motivo religioso: a instituição era espírita. Os que não fizeram caso da religião distribuíram a doação, conversaram e brincaram com as crianças.
 
Pois é. Muitos e muitos casos de pessoas ligadas a alguma religião.  Como já se faz com partidos políticos, deve-se abominar a instituição por causa da conduta reprovável (e até criminosa) de alguns de seus membros?  Abandonar o catolicismo por causa dos políticos e dos pedófilos? Afastar-se de sua igreja por causa do Valdecir e do Valdivino? Deixar de torcer pelo Santos? Se sim, não deveriam. É preciso lutar pela instituição, fazê-la melhor, não abandoná-la.

 
Qual o grande problema desses personagens, e da maioria das pessoas (mesmo não cometendo crimes)? RELIGIOSIDADE SEM ESPIRITUALIDADE.

 
É comum pessoas frequentarem sua igreja, achando que, assim, estão em sintonia com Deus. Isso apenas as vincula com a sua religião, que é baseada em como os seus fundadores viam o mundo. Ela usa rituais e costumes. Quem os segue são considerados bons religiosos, não pessoas espiritualmente melhores. Muitas religiões minguam a capacidade de pensar de seus seguidores. A religiosidade tem sido causa de guerras, discórdias, desunião. Prende as pessoas no passado e fala de um futuro depois da morte.


Falta a espiritualidade para os personagens do início do texto. Falta para as pessoas que saem da igreja e publicam/compartilham histórias mentirosas, odeiam e xingam  aqueles de quem não gostam. Rezam no domingo e durante a semana estacionam seus carros em vagas de deficientes, ou compram toca-CD de carro bem baratinho de um receptador, ou cobram “por fora” de planos de saúde, ou não registram a empregada doméstica, ou têm preconceito racial/social, ou são muito preocupados apenas com a aparência externa. 
A espiritualidade une, foca a felicidade, o presente (que afeta o futuro), provoca reflexão. Não abrange rituais. Não se limita a conhecer Deus pelas religiões, mas percebe que o divino está em tudo e em todos. Espiritualidade é para os livres. Não tem adoração, mas meditação.


Agora está em expansão a Teologia da Prosperidade, que prega a relação do fiel com Deus pela reciprocidade. O fiel dá dízimos e ofertas e exige (não roga) que Deus cumpra sua parte no acordo: atender seus pedidos. “Promessa é dívida” se aplica a Deus também. O fiel é estimulado a acumular riquezas, morar melhor, ter carro e deve doar o máximo que puder na espera da bênção. Há espiritualidade nisso?


Sem dúvida, as religiões têm prestado excelentes serviços, principalmente na recuperação de pessoas. Religião é, não só, mas principalmente para quem precisa ser guiado. Analogamente, há os que são guiados por jornalistas, por canais de comunicação. Não procuram a verdade e o contexto (que envolve História). Apenas seguem. Como ovelhas.


Religião leva à espiritualidade? Ajuda e pode levar.  Depende da pessoa e da religião. Bom é estarem juntas.

 
O primeiro passo para o caminho à espiritualidade é reconhecer que não a tem, ou que ela é ainda pouca. Enquanto a religião busca as pessoas para a crença, a espiritualidade a gente tem que buscar. 


Espero um dia poder encontrá-la e tê-la.



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