- Os
movimentos de rua têm líderes e patrocinadores. O principal líder é um
adolescente descocado, o que resulta em participantes que dão vexame em
entrevistas, que são agressivos, odientos. Os patrocinadores são: 1) os
políticos que votam, entre outras coisas, contra a proibição da maior fonte de
corrupção na política, que é o financiamento de empresas a campanhas políticas
(DEM e PSDB votaram em bloco pra não proibir); 2) os grandes empresários
envolvidos no escândalo do HSBC, na Operação Zelotes, Operação Satiagraha,
Operação Radioatividade, Operação Castelo de Areia, e outras mais. Os processos
não andam, são engavetados, cancelados, enrolados; 3) os altos sonegadores de
impostos; 4) os especuladores. Os participantes são meros inocentes úteis atrás
da cenoura do impeachment.
-
Manifestações populares são a grande força de um povo. Nós poderíamos mudar o
Brasil se fizéssemos movimentos com foco, com honestidade, atacando a origem
dos problemas. Principalmente, sabendo por que está se revoltando e não falando
babaquices. O governo está perdido, fraco. Fraco principalmente por ter se
afastado de quem o colocou lá. Fez melhoras substanciais, mudou a estrutura
econômica do País, mais de 40 milhões de trabalhadores se tornaram consumidores
regulares. Aumentou as reservas, com Lula construiu 14 universidades, etc. Mas
se perdeu. É preciso muita má vontade ou desonestidade intelectual não
reconhecer os avanços. Também é preciso o mesmo para não reconhecer que o
governo foi vencido, está na lona.
- Em vez de
cortar verbas da Educação, se o governo investisse em cima da sonegação, a
situação se estabilizaria. Mas os sonegadores estão bem representados no
Congresso, no Judiciário, na mídia. Imunes. Enquanto isso, a classe média e a
pobre sustentam o País com seus impostos.
- A CPMF é o imposto mais justo que
poderíamos ter. Quem ganha mais, paga mais. Ao contrário dos demais impostos. Com
a CPMF, os ricos teriam que, finalmente, pagar impostos sobre o que ganham,
ainda que em percentual baixo. Daí, promovem a revolta contra. A classe média e
a pobre entram na onda. Os ricos riem satisfeitos.
- Existem comparações interessantes. E
honestas, principalmente. Em julho de 2002, a dívida líquida do setor público
era de R$826,2 bilhões. Em julho de 2015, a dívida cresceu para R$1,9 trilhão. Mais do dobro. No facebook, muitas postagens
agressivas com “esse governo”, “esses petralhas”, “governo comunista”, etc.
Como é conveniente, não se publicou na mídia (e os facebookianos não pesquisaram
antes de publicar) o necessário e fundamental detalhe: em julho de 2002, a
dívida representava 58,71% do PIB. Em julho de 2015, representava 34,2%. O crescimento do PIB foi ignorado. A dívida
diminuiu.
- O orçamento apresentado pelo governo,
com déficit de 0,5% do PIB, é realista. O Congresso compartilha a
responsabilidade de realizar cortes ou aumento de impostos e tem que acabar com
a farra do Cunha e seus asseclas, aprovando despesas e aumentos de mordomias
fora da realidade. O QUE NÃO SE DIZ: no momento de crise mundial, mesmo
as grande economias do mundo (França, Portugal, Holanda, EUA, Japão, Itália,
etc.) têm déficit orçamentário. Em percentuais maiores que o Brasil. Déficit
orçamentário é uma realidade mundial.
- Houve reunião em São Paulo dos
maiores empresários do País. Apresentaram três condições para apoiarem o
governo federal. E ligaram pra Dilma no final da reunião. Cortar programas do
governo está na pauta. Cobrar sonegadores, não. O governo Dilma optou por
afagar os representantes do neoliberalismo, se afastando mais da população. Os
juros altos deleitam os especuladores. Afaga, mas recebe chumbo.
- Desde a época da ditadura militar
Álvaro Dias se ausenta de votações polêmicas ou comprometedoras. Viagens ou
“problemas de saúde”. Basta procurar na internet e ver. A última foi na votação
da proibição de financiamento empresarial a campanhas políticas.
- Odebrecht, com seu sorriso de
deboche, foi tratado como um rei por seus súditos, de joelhos, na CPI da Petrobrás.
Só faltou pedirem desculpas por ele ter sido convocado.
“É mais fácil manipular aquele que se informa
constantemente através da grande mídia do que os que não consomem nenhum tipo
de produto midiático. Os primeiros são alienados, os últimos, ignorantes.”
(Leonardo Oliveira)