Pesquisar neste blog

sábado, 18 de outubro de 2014

QUAL É A TUA CRENÇA?

Publico aqui texto do mano Artur publicado no Facebook. Opinião sem rancores, sem ódio


No domingo (26), iremos escolher o próximo Presidente da República.

Nós, eleitores, queremos o mesmo para todos os brasileiros: qualidade de vida, saúde, educação, segurança, trabalho. E exigimos o fim da corrupção e da impunidade em todas as instâncias da sociedade.


Quem não encampa essas bandeiras é um cidadão com alguma patologia social, felizmente uma pequena minoria.

A diferença entre os eleitores está basicamente na crença que cada um tem sobre a forma de se atingir os mesmos objetivos (saúde, educação, etc.).

Reduzindo (muito) a complexidade da questão, é possível dicotomizar didaticamente essas crenças. É o que vou tentar fazer, pois acho oportuna essa reflexão, quando temos dois candidatos ao governo que esteiam suas propostas políticas em pilares com naturezas antagônicas.

CRENÇA 1:
- A vida é uma luta renhida entre indivíduos em busca da sobrevivência, da realização de seus projetos e do sucesso. Vence o mais forte e mais preparado, pois todos têm as mesmas oportunidades.
- Devemos preparar nossos filhos para a vida como se eles fossem enfrentar uma guerra em que existe sempre um inimigo à espreita para vencê-los.
- Existem pessoas que nasceram para serem líderes e dominarem as pessoas inferiores, que nasceram para serem dominadas e conduzidas.
- O estado deve intervir o mínimo possível na economia e atender as demandas de uma elite dominante, privilegiada, que sabe o que é bom para a sociedade.
- A “mão invisível” do mercado regula o funcionamento da economia e propicia condições para que cada indivíduo dispute seu lugar na sociedade, desde que seja apto para isso.

CRENÇA 2:
- A vida é resultado da solidariedade entre os homens e mulheres, que constroem, em comunhão, as condições para a sobrevivência digna de todos.
- Devemos preparar nossos filhos para compartilhar afetos e fortalecer o companheirismo durante a vida, sabendo que existe sempre um amigo à espreita para ajudá-los.
- Os seres humanos nascem com o desejo de realizar suas potencialidades, mas precisam de condições e oportunidades para desenvolverem seus potenciais.
- O estado deve promover a distribuição de renda, de oportunidades e de bens culturais, pois as condições de acesso a esses direitos sociais não são as mesmas para todos em uma sociedade capitalista.
- A “mão visível” do governo deve, por meio de políticas públicas, corrigir distorções e garantir o mínimo de vida digna para toda a população.


Espera lá! Mas, por que o governo tem que intervir se as pessoas são solidárias e promovem a comunhão? É isso que diz a Crença 2, mas não há garantia de que todos irão viver segundo essa crença. Não podemos nos esquecer que vivemos em uma sociedade democrática, que oferece espaço para a diversidade ideológica. E, principalmente, não podemos nos esquecer que adotamos o modo de produção capitalista, tributário a uma lógica que privilegia o individualismo (the self made man) e segue os preceitos da Crença 1.

Não gostaria que ficasse a ideia de que estou qualificando uma Crença como do bem e a outra do mal! O mal existe sim e ele está presente nas pessoas independentemente das crenças. Ser desonesto, corrupto e fazer mal ao próximo não tem necessariamente a ver com essas duas crenças: trata-se de desvio de caráter.

Essas crenças, ainda que não estejam muito claras em nossa consciência, pautam nossa forma de agir no mundo, nossos comportamentos, nossas escolhas, nossa forma de educar os filhos, e até nossos textos no FB!

Cada um tem certeza de que sua crença é a melhor, portanto essa discussão é infrutífera. O importante é cada um assumir sua mundividência e votar, no domingo, de acordo com seus pressupostos de como deve se organizar a sociedade nos âmbitos econômico, cultural e jurídico.

A partir da Crença 2, tenho tentado construir, junto com as pessoas com quem me relaciono, possibilidades de ser feliz. Penso que, ao nos posicionarmos politicamente de acordo como nossas crenças e em coerência com nossas atitudes do dia a dia, seremos respeitados por nossos filhos, nossos familiares, nossos amigos e por aqueles que pensam diferentemente de nós.

Domingo, diante dos botões da urna eletrônica, devemos nos perguntar: “qual é a minha crença?”

Abraço
Artur Roman


Nenhum comentário:

Postar um comentário