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quarta-feira, 1 de outubro de 2014

A QUEM DAREMOS NOSSO VOTO NESTE DOMINGO?

Nesta minha fase de "roubartilhar" bons textos, dadas as eleições, apresento mais um. De leitura necessária. Fonte:
https://www.facebook.com/artur.roman.54/posts/10153231738886982

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Penso que, para a maioria das pessoas, a escolha de um candidato é sustentada por uma visão de mundo e uma escala de valores. Nós escolhemos um candidato que representa simbolicamente esses nossos parâmetros existenciais e saímos à caça de argumentos para sustentar nossa opção.
O resultado pode ser visto na “babelização de ideologias” ou diversidade de discursos justificacionistas, um dos magníficos componentes da democracia.
Há muitos brasileiros que concordam com as ideias escatológicas do Levy sobre sexualidade e família. Eu abomino. Há brasileiros que apoiam a proposta do PSOL de socialismo e liberdade. Eu simpatizo com ela. Há brasileiros que consideram o bolsa família esmola e compra de votos, apesar de ter melhorado a vida de milhões de brasileiros. Eu fico feliz de saber que meus impostos estão sendo aplicados nesse programa.
Tenho um amigo que diz ser conservador e que votará de acordo com esse pressuposto. Respeito seu posicionamento, especialmente porque é fruto de uma decisão refletida.
Acredito que vá votar na Marina, pois esse amigo é bem informado e sabe que a política dessa candidata não tem nada de nova. Até a imprensa francesa já se deu conta de que ela é a “nova” cara da velha direita brasileira, próxima do neoliberalismo republicano dos EUA (vide Max Weber). E, exatamente, por ser bem informado, creio que esse meu amigo não vai votar no Aécio, apesar deste candidato rezar pela cartilha do Consenso de Washington. Não vai votar porque, como dizem os mineiros, quem conhece o Aécio não vota nele...
Se alguém vota em um candidato que tem como proposta fazer algo que vai contra meus princípios e contra aquilo que entendo como bom para o país, tenho que repensar essa amizade?
Repensar sim, mas não desistir dela. Isso exige de nós um esforço para buscar a consonância afetual que transcenda a dissonância cognitiva. Conheço pessoas politizadas, que apoiam o governo e que são muito chatas, e de quem eu nunca seria amigo. E tenho amigos e mesmo parentes, que considero alienados politicamente, mas que são bons companheiros, apesar de equivocados, é claro, em relação ao meu ponto de vista.
Na verdade, muitas escolhas políticas reveladas são fruto mais de um descaso com a desestimulante e horrível política brasileira do que resultado de vivência, estudo, leituras confiáveis e reflexão. Muitos apenas votam contra a Dilma e não a favor deste ou daquele candidato. É um voto de protesto contra alguma coisa, muitas vezes sustentado em leituras apressadas da grande imprensa, portanto com pouca consistência. Às vezes até é um protesto contra uma vida vazia, sem objetivos. Sei lá...
E também há aqueles eleitores que escolheram com convicção o Aécio ou a Marina, mas não encontram qualidades nesses dois candidatos para apontar. Acabam resvalando para a crítica superficial ao governo ou ofensas e até xingamentos à Dilma, ao Lula, ao PT, rascunhadas a partir de artigos de “revistas” como a Veja.
O PT cometeu erros e tem muito o que aprimorar. Mas conseguiu a proeza de desenvolver um modelo econômico, assumidamente heterodoxo, que permitiu sim aos banqueiros e empresários continuarem enriquecendo, mas que beneficiou milhões de brasileiros que viviam a nossa volta e nem sabíamos que existiam, a não ser quando nos atendiam como serviçais.
O governo do PT, graças a políticas públicas consequentes, trouxe dignidade a milhões de brasileiros. Colocou pobres e negros na universidade, as crianças nas escolas, médicos nos postos de saúde, subsidiou casa própria para quem tinha baixa renda e movimentou o mercado interno gerando empregos. E investigou e puniu corruptos como nenhum governo anterior.
Sou trabalhador. Prefiro o corporativismo sindicalista e o "aparelhamento" do estado feito por trabalhadores, do que o elitismo burguês e a privatização do estado para atender participantes da casta privilegiada e de parte da classe média que orbita servilmente a sua volta, consumindo ridiculamente seus “valores”. Se aquele corporativismo deve ser administrado, pois pode sim extrapolar seus limites, este elitismo deve ser combatido pois é uma afronta à dignidade humana.
Tenho orgulho de ter sido um dos trabalhadores brasileiros que acompanhou a criação do PT e se envolveu na criação de Núcleos do PT, no interior do país nos anos 80. Aquela militância fiel (agora com os cabelos brancos) está ressurgindo nesta reta final das eleições. Isso nenhum partido ainda conseguiu construir.
Companheiros! Hasta la victoria! Siempre!

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