Tenho conhecidos que:
- têm certeza de que a corrupção no Brasil começou em 2003;
- não percebem que na denúncia da máfia das próteses a
reportagem focou os corruptores e não os corruptos, que são quem nos atendem
diretamente;
- são manifestantes ferozes nas redes sociais contra a
corrupção, mas não abrem mão de comprar som bem baratinho "de um
conhecido", ou de não avisar o garçom que se esqueceu de cobrar um
refrigerante, ou de sacanear no salário e na previdência social da empregada
doméstica;
- postam mensagens religiosas, alguns tomam a hóstia
semanalmente ou vão aos cultos, depois xingam desafetos, criticam, sem
fundamento, planos que beneficiam pobre (mas escorregam nas "pequenas
corrupções");
- estacionam em vaga de idosos e de deficientes. Afinal,
"estão com pressa". Se sentem "espertos";
- falam de boca cheia sobre o ciclista ter prioridade e pista
exclusiva nos países evoluídos da Europa. Quando o poder público faz isso por
aqui, caem de pau no prefeito. Afinal, bicicleta atrapalha o trânsito de seus
carros;
- não percebem que há alguma coisa errada nas concessões de
rodovias quando, por exemplo, o pedágio
custa R$16,80 na BR 277 Curitiba-Paranaguá e na BR376, R$1,80 para a mesma
distância;
- pensam que a prisão de corruptores foi apenas decisão de um
juiz. Sem desmerecer o magistrado, isso
é fruto de uma lei de iniciativa do Executivo, em vigor a partir de janeiro de
2014;
- aplaudem a prisão de políticos por corrupção, o que é
correto, mas os aplausos cegam quanto à
vergonhosa parcialidade do alto Judiciário;
- não estranham e se calam quando Carlinhos Cachoeira, Daniel Dantas e outros
do mesmo naipe são soltos por decisão monocrática de juízes nomeados
politicamente. Emudecem quando Maluf, condenado no exterior por crime no
Brasil, tem permissão do TSE para assumir como deputado, depois de ter sido
incluído na Lei da Ficha Suja pelo TRE;
- desconhecem que os ministros do Supremo são de nomeação
política. Dificilmente é nomeado alguém que passou em concurso para juiz. Até
político profissional foi nomeado: Nelson
Jobim (1997);
- não sabem que a Policia Federal, entre 1995 a 2002, ficou
manietada pelo Executivo e fez apenas 48
operações. De 2003 a 2014, sem amarras, fez 2.300. Mesmo com bandidos protegidos e ainda
impunes, o resultado foi positivo;
- criticam os que faltam a compromissos profissionais munidos
de atestados médicos frios e poupam quem assinou o atestado;
- criticam o Mais Médicos, mas não fundamentam. Apenas
papagueiam o que suas publicações de cabeceira ordenam. Não sabem que todas as
vagas ocupadas por estrangeiros foram
antes oferecidas a médicos brasileiros, que caíram fora. Enquanto isso, só em São Paulo, houve queda
de 70% nos pedidos de exames e crescimento da qualidade no atendimento à população
graças aos médicos estrangeiros de diversos países;
- desconhecem a "indústria da cesárea". No Brasil,
cesariana deixou de ser um recurso para salvar vidas e passou a ser parto
"normal", programado conforme as conveniências do médico (viagens, consultas),
principalmente, ou da paciente. Na Inglaterra, 92% das mulheres fazem parto
normal. Na França, 80%. Na Argentina, 78%. No Brasil, na rede privada, apenas
17% e em 92% dos casos a cirurgia foi feita antes de a mãe entrar em trabalho
de parto. Considerando a rede pública, partos normais somam 48%;
- tinham certeza de que Felipão, depois de afundar o
Palmeiras, iria levar o Brasil à vitória, enquanto nosso país passaria vergonha
pela desorganização da Copa, conforme pregava a grande mídia. Todavia, os
profissionais da imprensa mundial elegeram a nossa Copa como a melhor já vista
por eles. Felipão fez vergonha e a organização da Copa fez orgulho;
- me acham um chato. Pelo menos nisso têm razão.
E ninguém pede desculpa. E continuam fazendo as mesmas coisas.
Você, leitor, tem
conhecidos assim?
No jornal:
http://www.ilustrado.com.br/jornal/ExibeNoticia.aspx?NotID=63199&Not=Eu%20tenho.%20Voc%C3%AA%20tem?
No jornal:
http://www.ilustrado.com.br/jornal/ExibeNoticia.aspx?NotID=63199&Not=Eu%20tenho.%20Voc%C3%AA%20tem?
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