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domingo, 21 de dezembro de 2014

QUE MENTIRA!!

A namorada gordinha pergunta: “Amorzinho, estou gorda?”. O namorado fala a verdade ou mente?

A mentira é assunto de discussão entre os filósofos. Alguns não a admitem em qualquer hipótese.  Para outros, ela é admissível em determinadas situações. Para Constant (filósofo francês): "Devemos dizer a verdade quando o ouvinte tiver direito a ela". Exemplo: Um assassino bate à sua porta com a intenção de matar seu amigo que está em sua casa. Você deve dizer a verdade quando o assassino perguntar sobre o paradeiro do seu amigo, ou deve mentir e dizer que o amigo não se encontra no local?  Segundo o filósofo, esse assassino não tem direito à verdade e você não tem o dever de dizê-la.

Cópia de telegrama diplomático da embaixada americana para o Departamento de Estado, vazada pelo Wikileaks, mostra a promessa de José Serra de "flexibilizar" as regras do pré-sal para os norte-americanos se ele vencesse as eleições. Isso é normal para o neoliberalismo, que tem como característica a absoluta liberdade de mercado,  a privatização, a desregulamentação  e o reforço do setor privado na economia. Já vivenciamos isso de 1995 a 2003. Concorde-se ou não, é uma ideologia válida, tentando voltar por aqui. Então, deveria ser assumida. Não negada na frente e seguida religiosamente por trás.  A população tem direito à verdade.

A questão é que nas campanhas políticas o discurso é outro. O telegrama não é desmentido (com o Wikileaks não há desmentidos). Apenas... mente-se. Assim como com a privatização da Petrobrás e do Banco do Brasil,  projeto governamental fartamente documentado e difundido na época. E agora negado. Alguém está mentindo! Quem mente em política conta com a memória curta da população e com o ódio cego que vai se pregando devagar, em doses homeopáticas, até chegar no ponto desejado

Comprovando os dizeres de Hitler de que "as grandes massas cairão mais facilmente numa grande mentira do que numa mentirinha", vimos, com mais ênfase na campanha política, publicações nada imparciais obtendo êxito em suas "notícias" e "denúncias" com o que há de pior em mentiras: rechear de fatos reais.  Elas passam despercebidas e são assimiladas facilmente, sem crítica.

Bem, na Bíblia há uma passagem que mostra Jesus numa “mentirinha” necessária. Em João 7:8 a 7:10 está que Jesus disse aos seus discípulos que subissem sozinhos até a festa dos Judeus que queriam matá-lo. Ele não iria. Porém, depois que os discípulos estavam todos lá, Jesus subiu sozinho, em segredo,  e passou despercebido no meio do povo. Disse que não ia, mas foi. Por uma boa causa: ele queria pregar e convencer os judeus a não o aniquilarem.

Santo Agostinho distingue o mentiroso do embusteiro. Embusteiro mente por fraqueza; o mentiroso gosta de mentir. E sofistica na mentira, com detalhes. Pelo que tenho visto, tem gente que mente sem necessidade. Até mentirinhas, facilmente sacadas pelo ouvinte, que finge que acreditou. Juntam-se um mentiroso e um fingidor. O mentiroso não consegue contar nada sem acrescentar inverdades.

Quanto mais a pessoa mente, mais acredita que diz a verdade. A primeira mentira dói; a segunda já é mais fácil, com explicações pra justificar. Depois ela se torna corriqueira. Passa a ser automática, da mesma forma que se respira.

Dá pra parar de mentir? Sim, primeiro a pessoa aceitando que é um viciado em mentiras. Depois, reeducando a mente para, quando quiser mentir, possa vencer esse impulso, se corrigir e, então começar a ser honesto consigo e com os demais ao seu redor.

Conhece alguém assim? Fora políticos, que já são as pessoas menos acreditadas pela população? Afinal...  todos mentem, seja por gosto ou por dever.


blog: angeloroman.blogspot.com

No jornal:
http://www.ilustrado.com.br/jornal/ExibeNoticia.aspx?NotID=62901&Not=QUE%20MENTIRA!!

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