Aprendemos que todos temos o livre-arbítrio: "Possibilidade de decidir,
escolher em função da própria vontade, isenta de qualquer condicionamento,
motivo ou causa determinante".
Bem questionável essa afirmação. Decidir e escolher, sim, mas dentro de limites. A pessoa escolhe dentro do que o conteúdo de seu
cérebro permite, das suas situações, da própria ignorância ou sapiência, de seu
condicionamento, pelas sugestões de quem
ela acredita. Isso é realmente ser livre pra escolher?
Quem é subserviente tem sempre alguém que lhe puxe o cabresto,
"sugerindo" qual caminho deve trilhar. A pessoa pensa que está decidindo por sua
vontade, mas não está. Muitas vezes o servilismo é pregado com o título de
obediência. Obediência não é sinônimo de subserviência. A obediência é
racional, lógica e consciente.
O subserviente carrega um fardo pesado nas
costas e caminha dissimulando como se estivesse conduzindo plumas. Incomoda
primeiro as amizades mais íntimas, depois parentes, vizinhos, colegas de
trabalho, amigos das redes sociais e por aí afora. Sente-se grande, o sabido, o
bem informado. Nas redes sociais, o subserviente apenas compartilha o que vem
de seus "mestres". Os comentários (quando existem) são os chavões de
sempre, desprovidos de qualquer pensamento crítico.
Há religiões que incutem na mente de seus integrantes
que eles são indignos, incapazes, pequenos e que os superiores da sua igreja
são sábios, fortes, investidos de autoridade divina. Se os seguidores não
seguirem as regras, sofrerão os horrores do inferno, a brabeza do diabo, as
maldições, etc. Com isso, tornam-nos subservientes. Pelo medo.
As manifestações de ódio, de preconceitos
que apareceram (e ainda aparecem) na campanha eleitoral, sob a fantasia da
democracia e da fé, desnudaram a subserviência e o"livre-arbítrio"
direcionado pelos "mestres". Esses "mestres" têm espaço na
mídia escrita e televisiva, falam asneiras,
posicionam-se como críticos e são prontamente replicados nas redes
sociais. Mesmo que depois os fatos os desmintam, os subservientes replicadores
não se tocam.
Algumas publicações divulgam coisas do
gênero. Fazem panfletagem política, não jornalismo. Lá no final da
"reportagem", ou no rodapé, em letras pequenas, colocam que aqueles
fatos narrados não foram comprovados. Isso passa despercebido pelos
"críticos" subservientes de plantão. Dois efeitos: 1) a revista tem
uma desculpa para questionamentos judiciais e 2) seus serviçais fazem o trabalho
sujo de divulgação. Normalmente carregado de palavras de ódio e preconceito.
Subservientes propagam impeachment para alguém eleito legal e legitimamente;
obedientes respeitam a lei.
O brasileiro subserviente é direcionado a
falar mal de seu país. Enquanto é propagado que estamos falidos, a respeitada
BBC de Londres diz, em 18.11.14: “ … o fluxo de
Investimentos Diretos Estrangeiros (IDE) para o Brasil continua em patamares
elevados."; “A atratividade do
Brasil para o IDE permanece enorme”; " “Muitas multinacionais sentem que
precisam ter um plano para o Brasil para os próximos dez, vinte anos. [...] precisam
fazer investimentos para manter sua fatia do mercado no longo prazo.”
O Brasil faliu
em 1998 (pegou US$41,5 bilhões do FMI e BIRD), em 2001 (US$15,65 bilhões),em
2002 (US$10 bilhões). Com o FMI dando ordens na política econômica. Nós,
empregados, ficamos quatro anos (com inflação) sem reajuste salarial e mais
dois com reajuste abaixo da inflação. Os subservientes empregados à época se
esqueceram e a mídia contribui para isso. Cadê o livre-arbítrio?
A Universidade Católica de
Brasília fez pesquisa e constatou que 50% das pessoas com curso universitário
são analfabetos funcionais: "Não têm o hábito de estudar, aprendem de
forma superficial e geralmente decoram o conceito, ao invés de
compreender." É muito fácil
detectá-los nas redes sociais.
Falta um gesto de humildade para os
subservientes: despertar, pensar e adquirir autonomia intelectual. E tirar parte
do Brasil da falência intelectual.
No jornal:
http://www.ilustrado.com.br/jornal/ExibeNoticia.aspx?NotID=62156&Not=O%20BRASIL%20EST%C3%81%20FALIDO!
No jornal:
http://www.ilustrado.com.br/jornal/ExibeNoticia.aspx?NotID=62156&Not=O%20BRASIL%20EST%C3%81%20FALIDO!
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