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domingo, 14 de setembro de 2014

"IH! PERDI MEU VOTO!"

Essa expressão é comum quando o candidato votado não se elegeu. Mas o que é voto perdido?

Eu não votei no Collor, por exemplo. Então, ganhei meu voto. Não perdi voto em nenhuma das vezes em que votei nos últimos 30 anos, mesmo que alguns não tenham sido eleitos. Os que ganharam, honraram meu voto. Muitos dos que ganharam sem mim envergonham a instituição que representam e os seus eleitores. 

 
Perde o voto quem elege corruptos. E reelege, como aconteceu com os deputados envolvidos até o pescoço no caso dos Diários Secretos, na Assembleia do Paraná.

 
Perde o voto quem deixa de votar por convicção e se deixa dirigir por grupos que defendem seus próprios interesses.


É legítimo que haja representantes de empresários, agropecuaristas, trabalhadores em geral, professores, pequenos empresários, evangélicos, católicos, etc. no Congresso, assembleias, nos governos municipais, estaduais e federal. Mas como, por exemplo, Maluf (entre muitos outros) é deputado? Elegeu-se com os votos do grupo a que pertence? Não! Também com os de pessoas humildes, ou pobres, ou escolarizados analfabetos funcionais. Elegeram um deputado que trabalha CONTRA eles.

 
Com as composições do Congresso nas últimas décadas, não se consegue, por exemplo, reforma política e tributária. E os candidatos à Presidência prometem que as farão. Como? O Congresso não deixa! Por isso, Dilma tentou fazer um plebiscito, de forma a conseguir que  o Legislativo trabalhasse nisso. Foi metralhada pela grande imprensa, pelos políticos, pela população manipulada pela grande mídia e a tentativa não vingou. Agora tenta de novo.


E a tributação maior para milionários? Não sai. São favorecidos nas leis votadas no Congresso, cujos membros eles financiam. Renda é bem pouco taxada no Brasil. Quem mais contribui para custear os serviços públicos são os pobres e a classe média. O imposto indireto, que incide sobre o produto e não sobre a renda, predomina. Sempre pago pelo consumidor, nem sempre recolhido pelo vendedor.

 
No caso do Marco Civil,  as organizações da sociedade civil (tão temidas pelos políticos e imprensa) conseguiram pressionar para a aprovação. Felizmente. Até se disse que era autoritarismo, comunismo, etc. Falou que é comunismo, pronto! Muitos já se desesperam. Não sabem da total impossibilidade de se implantar esse regime no Brasil. Tanto pela composição do Congresso, quanto pelos militares, que têm o dever de defender a Constituição. Muitos pensam que um presidente da república pode decretar mudança de regime. Santa inocência!


Para se conseguir alguma coisa que beneficie a população é sempre utilizada a chamada negociação. Ou negocia, ou não sai. Alianças para se governar, infelizmente, são necessárias. FHC governou com o DEM (ex-Arena), Lula e Dilma com o PMDB (ex-MDB). Só que há coisas que, sem pressão popular, não vão sair.


Uma amostra da composição do Congresso: o Paraná tem 30 deputados federais: 16 empresários (53%), 1 administrador, 1 agricultor, 2 agropecuaristas, 1 analista de sistema, 1 bacharel em direito, 1 bancário, 1 comerciante, 1 contador, 2 economistas, 1 enfermeira, 1 médico, 1 registrador de imóveis. Na Câmara federal há 206  empresários (40%). (Estadão-31.01.11). Bom lembrar que os deputados empresários não foram eleitos só por empresários
.

Mesmo com os problemas, pode-se observar que não se fala da eleição de deputados e senadores. E o Congresso e as Assembleias precisam melhorar muito. Mas o foco é em quem vai ser presidente ou governador. Quando se escolhe um candidato ao Executivo, é preciso escolher para o Congresso alguém bom que comungue das mesmas ideias do escolhido para governante.  Dessa forma, haverá equilíbrio entre situação e oposição.
 
Como se perde um precioso voto: alguns o vendem, outros seguem o que os especuladores determinam.  Em troca, recebem chumbo grosso. 


Poucas vezes o voto valeu tanto quanto nestas eleições.


Direto no jornal: http://www.ilustrado.com.br/jornal/ExibeNoticia.aspx?NotID=60057&Not=

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