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domingo, 8 de junho de 2014

BOLSA PROSTITUTA

"Senado aprova pagamento de bolsa mensal de R$2.000,00 para garotas de programa". É o que anunciou o site de um tal Joselito Muller. Proposta de senadora Maria Rita, do PT. A "notícia", mesmo sendo descabida, foi rapidamente compartilhada por milhares de pessoas, sem o mínimo cuidado. Além do absurdo, não existe senadora com esse nome. Numa entrevista, Joselito disse que quem acreditava nisso era deficiente cognitivo. Escreve besteira e insulta quem acredita.


Outros absurdos foram e estão sendo publicados, como: tornozeleira para médicos cubanos não fugirem; incentivo à anulação de voto individual para anular a eleição; filho do Lula ser dono da Friboi, de castelo, de aviões; declarações de jornalistas que não existem; a carta de um bispo, como se fosse da  CNBB, pedindo para não se votar em Dilma (carta de 6 de abril de 2014, só que o bispo, que nunca falou em nome da CNBB, morreu em 2012), costureiras que não querem trabalhar por um salário de R$1.300,00 para receber o Bolsa Família (compartilham sem saber que a bolsa é de 70 reais); “vejam este vídeo antes que proíbam”; “vejam este vídeo proibido” (proibido por quem, quando, cara pálida?); o Marco Civil da Internet é autoritário (na verdade, se lessem, veriam que é uma proteção para o usuário, o que não interessa às  provedoras); Bolsa Presidiário de 4 mil reais; Suzana Richthofen preside comissão da Câmara; Brasil vai ficar comunista, e outras do mesmo nível baixo. E tem gente que acredita!

Isso é credulidade inocente ou maldade? Pra mim, ambas. Quem posta as barbaridades sabe que isso tudo não é verdade, mas sabe que será compartilhado sem qualquer crítica. Maldade! Quem compartilha acredita, muitos com boa intenção. Credulidade inocente!

É desanimador ver pessoas supostamente  cultas, muitas até com curso superior, acreditarem nessas bobagens e, pior, compartilharem. Algumas arriscam comentários agregados ao compartilhamento. Uma lástima.

Não haveria coisas para se criticarem em vez de publicar asneiras?  Será que os inocentes úteis não percebem que estão sendo usados, na certeza de que não usam o bom senso, um mínimo de criticidade? Essa certeza, pense bem, ofende quem cai nessa.

Isso não é fazer oposição. Ser  crítico não é escolher um alvo e passar a atirar cegamente nele. Quem quer se tornar crítico tem que estudar, analisar, ver contexto, o contraditório.  Associa-se indevidamente crítica com o ato de apontar defeitos ou de “descer-a-lenha”.

Temos as instâncias superiores do Judiciário fazendo julgamentos seletivos. Que tal criticá-lo, com os fartos dados disponíveis (casos Cachoeira, Daniel Dantas, Maluf, Mensalão do PSDB, Mensalão do DEM, etc.), em vez de papagaiar disparates (papagaio não fala, apenas repete sem saber o que está fazendo)? Por que o Judiciário não age, como fez com o Mensalão do PT?

O Brasil tem muitos problemas e os avanços da última década ainda nos deixa muito longe de onde queremos chegar. Será que todos sabem que a sonegação de impostos no Brasil é 20 vezes maior que o valor gasto com o Bolsa Família? Sabem que a reforma política não acontece porque o Congresso engaveta? Que tentativas de se cobrarem impostos dos ricos são barradas no Legislativo? Que faz dois meses Gilmar Mendes pediu vistas do processo que impedia empresas de fazerem doações a partidos, e não dá andamento porque o plenário do STF já estava com seis votos favoráveis e ele, Gilmar, é contra? Que Collor foi inocentado pelo Supremo?

Vamos criticar, postar nossas críticas, discutir. A internet facilita isso. Compartilhar apenas não é discutir. E compartilhar sem antes checar a veracidade do que se fala é desonestidade. Além disso, publicar o que não é verdade é ser anticristão. Não adianta depois ir à missa ou ao culto, ou publicar lindas mensagens de Cristo. Ele sabe das coisas.

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